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Clima económico e confiança derrapam para mínimos

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Más notícias - e a dobrar. Os indicadores de clima económico e de confiança dos consumidores para Portugal divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística derraparam para novos mínimos históricos em Dezembro. O ano fechou com mais estatísticas negras.

O indicador de clima económico, que é calculado através de inquéritos a empresas vários sectores de actividade, atingiu um valor de -4,4 e confirmou a trajectória descendente que mantém desde Outubro de 2010.

Quanto ao indicador de confiança dos consumidores, que é, por sua vez, calculado através de inquéritos a particulares, também caiu e para o valor mais baixo de sempre: -56,8. Trata-se de um nível inédito de pessimismo quanto à evolução da economia.

Todos os componentes do indicador se degradaram em Dezembro e as expectativas não são as melhores. Antes pelo contrário.

Basta olhar para o quadro negro: quatro dos componentes atingiram também novos mínimos históricos - a confiança dos consumidores e dos sectores da construção e obras públicas, serviços e comércio caiu para os valores mais baixos de sempre. A única excepção foi mesmo a confiança da indústria transformadora que, no entanto, também sofreu uma forte diminuição.

No componente relativo às expectativas sobre a situação económica no país nos próximos 12 meses, atingiu-se um valor mínimo histórico: -70,5.

Os indicadores de confiança do INE são calculados através de médias móveis de três meses dos saldos de respostas extremas a inquéritos - isto é, um número negativo significa que houve mais respostas pessimistas que optimistas. Um valor de -70,5 indica um grau muito elevado de pessimismo.

Este pessimismo dos consumidores é coerente com as principais previsões macroeconómicas. O Governo, por exemplo, antevê que o Produto Interno Bruto recue 3% este ano.

O pessimismo estende-se não só à situação económica como também às expectativas de evolução da situação familiar. Também aqui se registaram mínimos históricos (-38,2 pontos).

E no que toca ao desemprego, o quadro não melhora: as expectativas em relação à evolução da taxa degradaram-se, aproximando-se do valor recorde (atingido em Março de 2009). O valor para Dezembro era 70,2.

O INE assinala contudo que, utilizando apenas os valores mensais para Dezembro e não médias de três meses, o indicador de confiança dos consumidores teria registado uma ligeira recuperação, essencialmente graças «ao contributo das perspectivas de evolução da poupança».

Este é, de resto, o único ponto a apresentar uma recuperação. As expectativas sobre a capacidade de poupar dinheiro nos próximos 12 meses melhoraram, depois de terem batido um recorde negativo em Novembro. Ainda assim, o indicador continua nos -45,7 pontos, mais perto do mínimo (-49,1) que do máximo histórico (-3,3).

O Eurostat revelou também esta sexta-feira o seu índice de sentimento económico, onde os dados para Portugal registam uma ligeira melhoria. É que o índice do gabinete de estatísticas europeus é calculado através de uma metodologia diferente da do INE.

Mas já no que toca ao comércio a retalho, o país apresentou a < href= http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/comercio-retalho-eurostat-conjuntura-crise-europa/1314907-1730.html target_=blank> maior queda europeia.

Boas notícias só no que toca ao clima de negócios na Zona Euro, que subiu pela primeira vez em dez meses, mas mesmo assim o valor continua a ser negativo.
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