ANTRAM só se senta à mesa para negociar sem pré-aviso de greve - TVI

ANTRAM só se senta à mesa para negociar sem pré-aviso de greve

  • ALM
  • 1 ago 2019, 11:42

Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas já anunciou nova reunião com Governo. Na sequência a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas admite uma paralisação, caso o Governo não dialogue com os patrões

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) pediu ao Governo uma nova reunião, mas, segundo o Observador, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) já avisou que só volta a sentar-se à mesa de negociações se for retirado o pré-aviso de greve.

O porta-voz do sindicato, Pedro Pardal Henriques, anunciou que o objectivo da nova reunião é procurar um consenso e evitar a greve, marcada para dia 12 deste mês.

A ANTRAM ainda não foi notificada deste pedido dos motoristas, mas rejeita sentar-se à mesa enquanto o pré-aviso se mantiver, porque o considera uma forma de pressão inaceitável, em modo chantagem.

Para a associação patronal, tudo não passa de uma manobra de diversão dos motoristas para tentar ganhar a opinião pública.

ANTP admite paralisação se Governo não dialogar com transportadoras

Em paralelo, a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) admite uma paralisação, caso o Governo não dialogue com os patrões sobre a situação dos motoristas, que entram em greve no dia 12, disse hoje à Lusa o presidente, Márcio Lopes.

“O grande erro é o Governo estar em silêncio”, referiu Márcio Lopes, acrescentando que a ANTP anda “há semanas” a pedir uma reunião com o Governo, para saber o ponto de situação das negociações com os representantes dos motoristas.

Segundo o dirigente, o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, aceitou receber representantes da ANTP hoje, às 14:00, depois de a associação ter decidido “ameaçar com uma paralisação”.

Márcio Lopes reiterou haver “uma certa revolta entre os empresários”, por não terem sido contactados pelo Governo dando conta das negociações com os motoristas, uma vez que vão ser afetados pelos aumentos salariais destes trabalhadores, já aprovados para o final do ano.

Já foi aceite o aumento para os 700 euros no final do ano [e isso é algo] que o setor não suporta”, salientou o presidente da ANTP.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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