Ryanair vai exigir indemnização à Galp por falha de combustível em Lisboa - TVI

Ryanair vai exigir indemnização à Galp por falha de combustível em Lisboa

  • AM
  • 21 fev 2018, 14:27
Ryanair

Companhia diz que a empresa " admitiu que foi uma medida de força maior e não foi culpa da Ryanair" que os passageiros tenham ficado em terra

A Ryanair disse hoje que vai exigir uma indemnização à Galp devido às perturbações pela falha no abastecimento de combustível no aeroporto de Lisboa, após o regulador de aviação ter obrigado as companhias aéreas a compensar os passageiros.

“Nós não concordamos com a decisão porque é claro que, se houve uma interrupção no abastecimento de combustível, terá de ser uma circunstância especial e não pode ser uma responsabilidade das companhias”, afirmou o diretor executivo da Ryanair, Michael O’Leary, à agência Lusa.

Ainda assim, a Ryanair vai pedir uma indemnização à Galp: “Vamos tentar ser ressarcidos pela Galp porque a Galp admitiu que foi uma medida de força maior e não foi culpa nossa”.

“Como a ANAC diz que a culpa foi nossa, vamos tentar ser ressarcidos pela Galp”, reforçou Michael O’Leary.

Questionado pela Lusa, o responsável disse que, em causa, está um “montante baixo”.

“Ao todo, temos reclamações de 400 a 500 passageiros e, por isso, não é uma quantia muito elevada de dinheiro, mas que deve ser paga pela Galp”, referiu, sem especificar números.

Há duas semanas, a ANAC divulgou que as companhias aéreas vão ter de indemnizar os passageiros devido às perturbações causadas pela falha no abastecimento de combustível no aeroporto de Lisboa em maio de 2017.

Na semana passada, a TAP também anunciou que iria pagar as indemnizações aos passageiros, determinadas pelo regulador e exigir uma compensação à Galp.

A falha no sistema de abastecimento de combustível ocorrida em 10 de maio no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, afetou 41.681 pessoas, levou ao cancelamento de 98 voos, 363 descolaram com atraso e 12 tiveram de divergir para outros locais.

Ryanair exige que Governo avance com Montijo

A transportadora aérea Ryanair acusou a ANA – Aeroportos de Portugal de querer alimentar um monopólio no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e exigiu que o Governo avance com a infraestrutura complementar no Montijo em 2019.

“A ANA não vai fazer nada sobre a Portela [Aeroporto Humberto Delgado]. A ANA quer sentar-se e continuar a aumentar as tarifas na Portela e no Porto. É um monopólio e é isso que os monopolistas fazem. O que queremos é que o Governo português diga à ANA para abrir o [aeroporto complementar em] Montijo em 2019”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da Ryanair, Michael O’Leary.

Para o responsável, o executivo deve também “convidar outros operadores de aeroportos na Europa a apostar no Montijo e, assim, estimular a concorrência entre a Portela e o Montijo”.

Michael O’Leary solicitou, por isso, ao Governo que “não permita que a ANA controle a concorrência”, até porque “há uma fila de outros gestores aeroportuários interessados em operar no Montijo, que adorariam ter um aeroporto em Lisboa”.

Esta seria, a seu ver, uma “boa solução”, já que levaria a tarifas mais baixas no Aeroporto Humberto Delgado e mais crescimento no aeroporto complementar do Montijo, sendo vantajosa “para a Ryanair, para outras companhias e para os clientes”.

“A solução que temos, de momento, é a solução errada, que é o monopólio da Portela, que tem vindo a adiar o projeto do Montijo. Não faz sentido”, criticou.

Ainda assim, o diretor executivo recusou que a Ryanair se mude para o aeroporto complementar no Montijo, aquando da sua abertura, frisando que tal infraestrutura serviria para “pôr lá todo o crescimento” que não cabe no aeroporto de Lisboa.

“Não podemos crescer na Portela porque o aeroporto está sempre a dizer-nos que não temos sítio para pôr as aeronaves […] porque o terminal está cheio. O terminal não está cheio, nalgumas horas até está vazio”, observou Michael O’Leary.

Com estas duas infraestruturas, a Ryanair teria entre seis a 10 aeronaves no Montijo, mantendo oito equipamentos em Lisboa, adiantou o responsável, lembrando que esta já é a segunda maior companhia com operação no Aeroporto Humberto Delgado.

A capacidade declarada do aeroporto Humberto Delgado é de 40 movimentos por hora, estando a operação média em 38 movimentos por hora. Ainda assim, é possível crescer até movimentos por hora com a libertação do espaço aéreo, segundo a ANA.

Com a reconversão da base aérea do Montijo para a aviação civil, estima-se que a capacidade hoje existente seja duplicada.

Previsto para iniciar a construção no próximo ano, o aeroporto complementar no Montijo deverá entrar em funcionamento em 2022.

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