BES/GES: a audição de Peter Brito e Cunha em 7 pontos - TVI

BES/GES: a audição de Peter Brito e Cunha em 7 pontos

Peter Brito e Cunha, ex-presidente da comissão executiva da Tranquilidade [Lusa]

Ex-presidente executivo da Tranquilidade admitiu que foi Ricardo Salgado a fazer os «pedidos direitos» de investimentos no GES num total de 150 milhões de euros

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Peter Brito e Cunha foi questionado pelos deputados da comissão de inquérito sobre os investimentos da Tranquilidade no GES, na ordem dos 150 milhões de euros, nos meses antes do colapso, que deixaram a seguradora com um «buraco» que foi posteriormente assumido pelo comprador, o fundo norte-americano Apollo.
 
O ex-presidente executivo da companhia que pertencia ao GES admitiu que foi o seu primo Ricardo Salgado a fazer os «pedidos diretos» de investimentos e que não tinha forma de os recusar.

O resumo da audição em 7 pontos:

1- A Tranquilidade fez quatro investimentos no GES entre abril e junho de 2014, no total de 150 milhões de euros, que nunca foram devolvidos.  Foi Ricardo Salgado quem fez os «pedidos diretos» e Peter Brito e Cunha  nunca os questionou

2- O ex-CEO via esses investimentos como uma «ajuda» ao acionista principal. Aliás, já tinham sido feitos mais no passado. E garante que estes interessavam à Tranquilidade porque eram «bem remunerados» e com «baixo risco»

3- Admitiu, no entanto, que não foram feitas análises de risco a estas transações, porque não havia razões para «desconfiar» do GES. Aliás, as decisões foram tomadas «na hora», «sem consultar» a comissão executiva da seguradora

4- A Tranquilidade não era «a única» empresa do GES a financiar o grupo com estes investimentos. Por isso, não quis ser «o mau da fita» ao recusá-los. No entanto,  chegou a recusar um, já em julho

5- Sobre a avaliação feita pelo BESI, em fevereiro de 2014, segundo a qual a Tranquilidade valia 700 milhões de euros, Peter Brito e Cunha explicou que era uma avaliação a «longo prazo», mas depois admitiu que, naquela altura, não valia isso

6- Houve dois interessados na compra da Tranquilidade. A Apollo, que acabou por concluir o negócio em janeiro, e a Permira, cuja proposta até era mais alta

7- Nega ter sido afastado da presidência da Tranquilidade em janeiro. Notícias davam conta que ele e outros sete administradores foram afastados pela Apollo para que as suas responsabilidades no «buraco» da empresa fossem investigadadas. Brito e Cunha diz que foi ele que pediu a reforma.
 

 
 
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