O governador do Banco de Portugal reafirmou esta quarta-feira que a Comissão Europeia foi informada do colapso do BES apenas no dia 1 de agosto e não dois dias antes. «Que fique claro», frisou esta quarta-feira Carlos Costa, contrariando assim a notícia avançada hoje pelo «Diário Económico».
«Confirmo aquilo que disse nesta comissão no dia 7 de agosto. No dia 1 de agosto, ao inicio da tarde, o Banco de Portugal foi confrontado com o facto que de todas as opções possíveis só restavam duas: ou resolução ou liquidação» do Banco Espírito Santo,
Assim, «a informação que foi veiculada hoje [pelo Diário Económico] e que resulta consulta ao portal da Direção Geral da Concorrência da União Europeia [que aponta a data de resolução como sendo a 30 de julho], só pode ser explicada pela DG Concorrência e em segundo lugar não há nenhuma decisão tomada em teleconferência» antes do do início da tarde do dia 1 de agosto. Ou seja, segundo o governador do BdP, nada pôde ser feito antes para evitar a queda brutal de 65% das ações do BES.
«Entre o dia 1 e o dia 3 desenrolou-se toda a operação com vista â resolução do Banco Espitrio Santo. Que fique claro. Continuo a reafirmar. Há algo que tem de ser explicado, mas pela DG Concorrência», frisou.
Carlos Costa garante que que o conselho de administração do BES apenas comunicou na véspera da derrapagem das ações, dia 31 de julho, todas as dificuldades encontradas. Depois disso, o BCE impôs um limite de atuação.
«Chamo a atenção para o facto de que a decisão era entre duas opções: liquidação ou resolução», voltou a dizer, para defender que, perante «o imperativo da ausência de alternativas», houve a necessidade de agir rapidamente.