OE 2016: Governo otimista em acordo com Bruxelas - TVI

OE 2016: Governo otimista em acordo com Bruxelas

Ministro das Finanças reitera que o projeto orçamental é “cauteloso”. Primeiro-ministro desvaloriza pedido de explicações de Bruxelas  

Atualizada às 17:59

O Governo está otimista num acordo com a Comissão Europeia sobre o projeto orçamental de 2016. O primeiro-ministro desvalorizou esta quarta-feira o pedido de explicações feito por Bruxelas, e o ministro das Finanças reiterou que o “draft” enviado à Comissão é “cauteloso”.

"É uma carta absolutamente normal e própria do diálogo que temos vindo a manter com a Comissão Europeia e em que a comissão coloca dúvidas que deseja esclarecer", referiu António Costa.

Para o primeiro-ministro "é um sinal muito positivo" que a Comissão "tão rapidamente" tenha pedido a realização das reuniões técnicas para o esclarecimento, dizendo que o Governo “tem bons argumentos” do ponto de vista económico para defender a sua posição e esclarecer a Comissão Europeia.

“A Comissão diz: temos aqui um conjunto de dúvidas do ponto de vista técnico e queremos trabalhar convosco até à próxima sexta-feira para esclarecer essas dúvidas e prosseguir um debate construtivo com o governo português, não pôs qualquer outro cenário em cima da mesa”


Mário Centeno referiu que o pedido de esclarecimento decorre de Bruxelas ter feito as suas projeções, que comparando com as do 'esboço' do Orçamento de Estado para 2016 elaboradas pelas Finanças, mostram um "diferencial" de entendimento do impacto das medidas no cenário macroeconómico.

 
"Obviamente que há um convencimento da nossa parte que vamos fechar esse desvio de entendimento. Estamos bastante confiantes",
disse, em declarações à Reuters.


Acerca dos alertas de agências de rating, nomeadamente acerca do crescimento para 2016, Centeno reiterou que as "projecções do Governo foram feitas com alguma cautela, nomeadamente prevendo o mais baixo ganho de quota de mercado externo" ou seja um ganho inferior a um ponto percentual, contra dois pontos percentuais em 2015.
 
Mário Centeno disse que "os cenários macroeconómicos das agências de rating não são completamente comparáveis", explicando que o Governo partiu de um cenário base de políticas constantes e depois foi introduzindo as medidas e avaliando os seus impactos.
 
Na quinta-feira passada, o Governo aprovou o esboço do Orçamento de Estado para 2016, com o défice público a ter uma queda maior do que o previsto para 2,6% do PIB e a dívida pública a descer 2,7 pontos percentuais para 126%, enquanto vê a economia a crescer 2,1% este ano.
 
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