Bruxelas considera que a venda rápida do Novo Banco, como defendem as autoridades portuguesas e a própria Comissão Europeia, poderá estar em risco devido a novas perdas que possam eventualmente surgir.
No relatório de Bruxelas de análise ao programa de ajustamento português, a que a Lusa teve acesso, há uma caixa dedicada à resolução do BES com a Comissão Europeia a recordar que a auditora KPMG recusou dar parecer às contas do primeiro semestre e alertou para possíveis perdas futuras justificando até com «a classificação, recuperabilidade e realização dos ativos», assim como com reembolsos «incertos», até pelo desconhecimento dos critérios das transferências de ativos e passivos do BES para o Novo Banco.
«Isso pode colocar em risco a prevista venda rápida do Novo Banco», considera a Comissão Europeia no documento conhecido esta terça-feira, em que acrescenta que a separação de ativos deverá ficar concluída entre final de outubro e início de novembro.
Ainda sobre o BES, Bruxelas afirma que a medida de resolução tomada pelas autoridades portuguesas «demonstrou uma capacidade de resposta em condições de urgência para preservar a estabilidade do sistema bancário».
Por isso, apesar do que se passou com o BES já após a saída da troika, diz que parecem contidos os efeitos de contágio deste caso ao resto do sistema. Ainda assim, refere, o fim da terceira maior instituição financeira do país pode implicar custos para os outros bancos e pesar nos seus resultados, caso a venda do Novo Banco seja menor do que os 4,9 mil milhões de euros com que foi capitalizado.
Uma vez que o Novo Banco foi capitalizado através do fundo de resolução bancário, gerido pelo Banco de Portugal e em que participam os bancos a operar em Portugal, caso seja alienado por um valor abaixo dos 4,9 mil milhões de euros terão de ser as instituições financeiras a suportar as perdas, entre eles o banco público Caixa Geral de Depósitos.
Do valor de capitalização do Novo Banco, 3.900 milhões de euros vieram de um empréstimo do Estado ao fundo de resolução.
Venda rápida do Novo Banco pode estar em risco
- Redação
- DC
- 14 out 2014, 08:18
Alerta é de Bruxelas, que sublinha que podem surgir novas perdas
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