O PSD acusou o Ministério das Finanças de "esconder informação relevante" à comissão parlamentar de inquérito ao Banif, enviando informação "de forma rarefeita e às pinguinhas" aos deputados.
O grupo parlamentar do PSD vem neste momento acusar o Ministério das Finanças de estar a esconder informação relevante a esta comissão parlamentar de inquérito", declarou o coordenador social-democrata na comissão, Carlos Abreu Amorim.
O parlamentar falava aos jornalistas antes da audição desta quinta-feira, na qual será ouvido no parlamento precisamente o ministro das Finanças do executivo socialista, Mário Centeno.
Ao gabinete de Centeno, declara Carlos Abreu Amorim, foi pedido um "conjunto bastante adensado" de informações, e o PSD acusa as Finanças de não divulgarem as mesmas e estas serem conhecidas por outras vias.
Carlos Abreu Amorim deu como exemplo correspondência de dezembro de 2015 entre o secretário de Estado das Finanças, Ricardo Félix, e o presidente do Fundo de Resolução da banca, José Berberan Ramalho. Nessa missiva é "desenhado o perímetro de resolução" do Banif, e o PSD lamenta ter conhecido as missivas pelo Banco de Portugal e não pelo Governo.
"Julgamos que é uma situação bastante grave", concretizou Carlos Abreu Amorim, que anunciou ainda que o partido dará entrada ainda hoje de um requerimento endereçado ao presidente da comissão de inquérito, o deputado do PCP António Filipe, para que este interceda de modo a que as Finanças acelerem o envio de documentação.
O processo de venda do banco, em dezembro de 2015, já com Mário Centeno na pasta das Finanças, domina os trabalhos para se proceder à "avaliação de riscos e alternativas" da decisão, "no interesse dos seus trabalhadores, dos depositantes, dos contribuintes e da estabilidade do sistema financeiro".