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Programa do BCE ajuda famílias e empresas

Editor de Economia da TVI, Vasco Rosendo, explica o programa de compra de dívida anunciado pelo Banco Central Europeu

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O programa de compra de dívida anunciado esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) pode facilitar o acesso a financiamento para empresas, famílias e para o Estado.

«Vai ter que mudar alguma coisa na vida do cidadão comum. É obrigação do BCE criar bases para o crescimento económico da zona euro e esta é uma tentativa de criar essas bases para o crescimento», realça Vasco Rosendo.

Esta medida, por um lado, «evita a deflação», por outro, «estabelece os princípios de relançamento da economia nos próximos meses».

O programa impulsiona a economia através de um massivo aumento do financiamento por parte dos bancos, mas também do «aumento do consumo por parte de famílias e investimento por parte das empresas».

O BCE anunciou esta quinta-feira um programa de compra de ativos num valor total superior a um bilião de euros até ao final de setembro de 2016, uma ação inédita destinada a contrariar o risco de deflação na zona euro.

O conselho de governadores «decidiu lançar um programa alargado de compra de ativos», anunciou o presidente do BCE, Mario Draghi, em conferência de imprensa.

O programa, que prevê a compra de dívida pública e privada no valor mensal de 60 mil milhões de euros, estará em vigor pelo menos «até ao fim de setembro de 2016», totalizando assim 1,14 biliões de euros.

Este montante poderá, no entanto, ser ultrapassado uma vez que o BCE admite manter o programa ativo para lá desta data «até haver um ajustamento perene da trajetória da inflação em linha com o nosso objetivo de atingir uma taxa de inflação próxima, mas inferior a 2%».

O presidente do BCE explicou também que este programa de compra de ativos, que engloba um outro que incidia sobre dívida privada e tinha sido lançado pelo BCE no final de 2014, obteve o acordo da «larga maioria» dos membros do conselho de governadores.

A compra combinada de dívida pública e privada realiza-se segundo a quota de capital de cada país na entidade, através do seu banco central nacional, tendo Portugal uma quota de 1,7434%.

Apenas 20% dos títulos adquiridos terão risco partilhado, ou seja, eventuais perdas que daí decorram serão assumidas por todos os Estados da zona euro.

«Vinte por cento da compra de ativos suplementares serão submetidos ao regime de partilha de riscos», afirmou Draghi.

Quanto aos restantes 80%, cada banco central suportará os riscos.

As obrigações a adquirir terão uma maturidade entre 2 e 30 anos e terão de estar classificadas pelas agências de rating com grau de investimento.
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