Líderes europeus chegam a acordo para reduzir emissões de CO2 em 55% até 2030 - TVI

Líderes europeus chegam a acordo para reduzir emissões de CO2 em 55% até 2030

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  • 11 dez 2020, 08:15

Conselho Europeu já se tinha comprometido, em dezembro de 2019, em atingir a neutralidade climática até 2050, tendo a Polónia – com mais de 75% da sua economia e cerca de 80.000 mineiros dependentes da indústria do carvão – recusado na altura assinar a declaração

Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, chegaram a um acordo ao início desta manhã para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990, foi hoje anunciado.

O acordo foi anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após um longo debate que se prolongou durante a madrugada.

A Europa é líder na luta contra as alterações climáticas. Decidimos reduzir as nossas emissões de gases com efeito de estufa pelo menos 55% até 2030", escreveu na rede social Twitter Charles Michel.

 

O Conselho Europeu já se tinha comprometido, em dezembro de 2019, em atingir a neutralidade climática até 2050, tendo a Polónia – com mais de 75% da sua economia e cerca de 80.000 mineiros dependentes da indústria do carvão – recusado, na altura, assinar a declaração.

Os líderes dos 27 mantinham-se, no entanto, reticentes em aceitar a nova proposta da Comissão de reduzir as emissões em 55% até 2030, substituindo a meta anteriormente estipulada na Lei Europeia do Clima que previa um corte de 40% das emissões.

Já o Parlamento Europeu (PE) aumentou as ambições da Comissão, pedindo um corte de 60% das emissões em 2030 na sessão plenária de outubro, tendo os eurodeputados referido que é a única maneira de a UE “estar em linha com a ciência”.

Com a adoção da proposta para um novo objetivo climático, os líderes dos 27 prosseguem agora os trabalhos para concluir a cimeira do Euro, em formato inclusivo, isto é com a presença dos países que ainda não aderiram à moeda única.

Costa: acordo ocorre em "momento muito importante"

O primeiro-ministro, António Costa, qualificou hoje o acordo de redução em 55% das emissões de “histórico”, sublinhando ser necessário fazer agora o “maior esforço” para reverter a tendência de aquecimento global.

Se queremos salvar o planeta, se temos bem consciência da emergência climática, era mesmo agora que tínhamos de tomar esta decisão e o maior esforço de combate às alterações climáticas tem de incidir precisamente nesta primeira década”, sublinhou o primeiro-ministro português em declarações aos jornalistas após o Conselho Europeu.

Costa sublinhou também que o compromisso alcançado acontece num “momento muito importante”, a poucos dias do 5.º aniversário do Acordo de Paris e porque a futura administração americana já disse que regressará ao acordo no dia em que entrar em funções.

Estamos a poucos dias de celebrar o 5.º aniversário do Acordo de Paris e é muito importante que, neste momento em que a nova administração americana já disse que o primeiro gesto que tomará no primeiro dia em que exercer funções é regressar ao Acordo de Paris, que possamos celebrar o 5.º aniversário do acordo de Paris com a UE, no conjunto dos seus 27 Estados-membros, a assumirem este compromisso", frisou António Costa.

O primeiro-ministro sublinhou ainda que as negociações para um acordo sobre as metas prolongaram-se pela madrugada porque “os pontos de partida” dos diferentes países são diferentes, estando Portugal no plantão da frente.

O ponto de partida dos países para a adaptação climática é diferente, os seus recursos naturais são diferentes, e a sua história é diferente. Portugal (…) é o país que está em melhores condições para alcançar estas metas porque foi também dos países que mais cedo começou a investir nas energias renováveis”, referiu.

António Costa sublinhou ainda que o combate às alterações climáticas é “um dos importantes motores” para a recuperação económica da Europa, frisando que não se trata de um “constrangimento”.

Não é um constrangimento, é uma oportunidade. E é uma oportunidade para a qual nos temos de mobilizar, e que é um dos motores, a par da transição digital, sobre o qual deve assentar a recuperação económica da Europa”, observou.

 

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