Em apuros nos mercados, com uma multa histórica por resolver e outra mais baixa, mas de uns valentes milhões, para pagar, o Deutsche Bank está a aplicar um plano de reestruturação. E ele passa por congelar as contratações.
O banco não vai admitir mais pessoal como forma de reduzir custos e reforçar a confiança dos investidores, segundo disseram à Bloomberg fontes familiarizadas com este processo, que pediram para não ser identificadas. Esta medida, em particular, tem um efeito imediato e afeta todas as divisões do grupo, excluindo algumas funções de controlo.
Sem querer comentar, o porta-voz deste que é o maior banco alemão lembrou apenas que a 6 de outubro foi anunciado um acordo com os representantes dos trabalhadores para reduzir 1.000 postos de trabalho na Alemanha, como parte do plano de reestruturação mais amplo.
Conhecem-se agora novos contornos, numa altura em que o presidente executivo John Cryan está a braços com as multas de que o banco tem sido alvo:
- a primeira, de 12.500 milhões de euros, por causa da concessão de créditos de alto risco sem conhecimento dos clientes na crise do subprime, estando em negociações com o Departamento de Justiça dos EUA para baixar o valor;
- a segunda, conhecida ontem, de 8,6 milhões de euros, por não ter protegido, adequadamente, informação gerada pelos seus analistas e que era considerada sensível. Esta já terá acordado pagar.
Desde que chegou à liderança, em 2015, o CEO suspendeu o pagamento de dividendos, reduziu ativos de risco e eliminou cerca de 9.000 postos de trabalho. Depois destes dois rombos que pregaram um duplo susto - ao banco e aos mercados -, o Deutsche já sinalizou que pode ter de aprofundar o corte de custos.