Goldman Sachs desloca centenas de funcionários por causa do Brexit - TVI

Goldman Sachs desloca centenas de funcionários por causa do Brexit

  • VC
  • 21 mar 2017, 16:11
“David Cameron incendiou a casa para salvar os móveis e agora está sem casa e sem móveis”

Banco decidiu retirar trabalhadores de Londres, aumentando a sua presença na Europa. Um plano de contingência que também passará pela contratação de mais pessoal para o Velho Continente

A Goldman Sachs já decidiu: vai deslocar empregos para fora de Londres, aumentando assim a sua presença na Europa. O diretor-executivo do banco contabiliza mesmo a "centenas de pessoas". O plano de contingência face ao Brexit vai ter duas frentes: deslocação de funcionários e contratação de novos.

Vai ser uma combinação de coisas, vamos contratar pessoas dentro da própria Europa e haverá algum movimento. Para este primeiro período, realmente colocamos em prática esses planos de contingência, [que abrange] centenas de pessoas".

Richard Gnodde confirmou o que a Goldman Sachs vai pôr em prática, um dia depois do governo de Theresa May ter garantido que irá acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, para que a saída do Reino Unido da União Europeia se concretize, no dia 29 de março. Aí será oficialmente dado o ponto de partida para as negociações formais do Brexit. 

Desde o final do ano passado que a banca presente no Reino Unido começou a delinear planos para enfrentar o que aí vem. Alguns dos grandes bancos estão a pensar transferir as suas operações do Reino Unido para França e para outros países europeus.

Em janeiro, o Eurogrupo logo deixou o aviso de que os bancos do Reino Unido correm o risco de perder os seus privilégios na realização de negócios na União Europeia, a menos que o governo britânico concorde em obedecer à regulamentação financeira decidida em Bruxelas, mesmo depois de deixar o bloco europeu.

A Goldman Sachs é apenas uma das instituições que está a precaver-se para o futuro próximo. A aparente falta de um processo de transição ou de um prazo para as empresas de serviços financeiros faz com que seja preciso ter planos de contingência, argumentou o executivo do banco à CNBC. 

"Seja qual for o resultado, Londres permanecerá para nós um hub regional muito significativo e um hub global significativo", reconheceu o banqueiro, ao mesmo tempo observando que as operações em várias cidades europeias serão, lá está, expandidas.

Numa próxima fase, preveem-se investimentos em infraestruturas, pessoas, sistemas e tecnologia. A Goldman Sachs também confirmou, no entanto, que este movimento do banco para fora de Londres não resultaria necessariamente numa redução líquida de trabalhadores no Reino Unido.

 

Continue a ler esta notícia