Covid-19: TAP já fez pedido de ajuda ao Estado - TVI

Covid-19: TAP já fez pedido de ajuda ao Estado

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  • Publicado por SS - Notícia atualizada às 13:59
  • 16 abr 2020, 11:35
TAP

A informação foi divulgada pelo presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. Miguel Frasquilho afirmou ainda que o auxílio dos privados à empresa "é uma opção que tem também de estar em cima da mesa"

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, afirmou esta quinta-feira que a transportadora aérea "já endereçou um pedido de auxílio ao Estado português", tendo expectativa de que possa ser conhecida "muito em breve" uma resposta.

Miguel Frasquilho falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda (BE) sobre a situação da TAP e planos para o futuro.

A TAP já endereçou um pedido de auxílio ao Estado português", afirmou o 'chairman' da empresa, salientando que a transportadora aérea portuguesa tem "a vantagem de ter o Estado como acionista".

Miguel Frasquilho referiu ainda que o apoio às operadoras aéreas acontece "em todos os países europeus", tal como nos Estados Unidos, "onde foi negociado um pacote de auxílio às empresas" e onde está em cima da mesa a tomada de participações na estrutura acionista em diversas empresas de aviação.

O 'chairman' salientou que o "reforço da posição acionista do Estado não pode ser descartada" no contexto atual, como "nenhum cenário pode ser descartado", tendo em conta a pandemia do novo coronavírus.

Temos a expectativa que possamos conhecer essa resposta muito em breve", acrescentou.

"Estou certo que vamos encontrar a melhor solução para a TAP para garantir o futuro da companhia", salientou o gestor.

Além disso, "estamos conscientes que esse auxílio" irá aparecer "com condicionalismo associado", uma vez que "quem ajuda pode impor condições", apontou.

Auxílio dos privados à TAP também é opção que não se pode excluir

Miguel Frasquilho afirmou ainda que o auxílio dos privados à empresa "é uma opção que tem também de estar em cima da mesa".

Em cima da mesa, disse, "está o auxílio do Estado português, também pode estar o auxílio do acionista Estado, mas atenção", - reforçou - não se pode "excluir também o auxílio dos acionistas privados, porque a TAP tem dois acionistas de referência: o acionista Estado e o acionista Atlantic Gateway", afirmou Miguel Frasquilho, em resposta ao PS.

E é de perguntar aos acionistas, nesta altura, se têm efetivamente capacidade para auxiliar as empresas. Eu não estou só a falar da TAP, conceptualmente isto deve acontecer em qualquer setor de atividade, em qualquer empresa", considerou o 'chairman'.

Portanto, "essa é uma opção que tem também que estar em cima da mesa, saber se há capacidade e vontade de poder amparar, de poder auxiliar, no caso concreto a TAP", prosseguiu.

No entanto, acrescentou, "em situações como esta percebe-se a importância que tem o Estado soberano e até a que tem de ter o Estado como acionista da empresa", apontou o presidente do Conselho de Administração.

Isto, "porque a dimensão da calamidade é de tal ordem que duvido muito que acionistas privados, ou pelo menos muitos acionistas privados, possam ter capacidade de auxiliar, dentro da dimensão que estamos a falar, as respetivas empresas", sublinhou.

O auxílio do Estado será para salvar a empresa, não se trata de salvar qualquer acionista que seja", afiançou o 'chairman' em resposta ao PS.

Nacionalização também equacionada

O presidente do Conselho de Administração da TAP afirmou que "todas as hipóteses estão em cima da mesa" para garantir a sustentabilidade da companhia aérea portuguesa, desde a nacionalização até ao auxílio estatal.

Questionado sobre a eventual nacionalização da TAP, o gestor lembrou que nem o primeiro-ministro, nem os ministros das Finanças e da Economia excluíram essa possibilidade.

Não podemos excluir nenhuma possibilidade, desde o caso extremo da nacionalização" até ao auxílio do Estado, referiu o chairman.

 

Todas as hipóteses estão em cima de mesa, desde o diferimento de pagamentos ao Estado, desde a concessão de garantias, de empréstimos convertíveis em ações, aumento da posição acionista do Estado na empresa", prosseguiu o gestor, apontando que tudo "vai depender também da capacidade dos acionistas de poderem recapitalizar a empresa”.

“Tudo isto terá de ser equacionado", afirmou.

Neste momento, estamos uma fase em que aguardamos 'feedback' por parte do Governo e a seu tempo teremos a solução", afirmou, sublinhando que "não há grande possibilidade de serem concedidos empréstimos sem que o Estado esteja presente", reiterando que tal "virá acompanhado de condicionalismos que poderão assumir diversas formas".

"A TAP tem e sempre terá papel estratégico fundamental para o país", sublinhou.

A TAP é detida em 50% pelo Estado, através da Parpública, em 45% pelo consórcio privado Atlantic Gateway e em 5% pelos trabalhadores. 

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