Poucos comboios a circular e filas de quilómetros nas estradas - TVI

Poucos comboios a circular e filas de quilómetros nas estradas

  • ALM/VC/AM (Notícia atualizada às 12:07)
  • 7 dez 2018, 08:03

CP alertou, logo na terça-feira, para “fortes perturbações” na circulação de comboios, devido à greve sem serviços mínimos. Supressões a nível nacional em todas ligações ferroviárias

Todos os comboios de longo curso e regionais previstos foram suprimidos ao início da manhã, devido à greve de 24 horas do setor ferroviário que, segundo a Federação de Sindicatos, está a ter uma “forte adesão”. A paralisação teve efeitos no trânsito, com filas de quilómetros às primeiras horas da manhã. Para além da A5, também A1, A2 e A8 o trânsito complicou-se.

De acordo com o último balanço da CP, a que a TVI teve acesso, a nível nacional foram cancelados 289 comboios em 451 ligações ferroviárias. Ou seja, 64% das ligações foram suprimidas.

No anterior balanço da CP, a porta-voz da empresa, Ana Portela, adiantou à agência Lusa que entre as 00:00 e as 08:00 estavam previstos 119 comboios em Lisboa, mas realizaram-se apenas 58.

“No Porto, estavam previstos 50 e realizaram-se 21 até às 08:00. Nos totais gerais do país, estavam previstos 257 e foram feitos apenas 89, ou seja, os urbanos de Lisboa e Porto”, disse.

Também José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) disse à Lusa que a greve dos trabalhadores ferroviários “está a ter uma forte adesão”, havendo muitos comboios suprimidos.

“Ainda é cedo para ter dados concretos uma vez que ainda há trabalhadores a entrar ao serviço, mas acreditamos que será uma grande adesão”, disse.

No que diz respeito à circulação, José Manuel Oliveira destacou que os comboios de longo curso e regionais foram suprimidos e que apenas se realizaram alguns urbanos.

“Estou em Santa Apolónia [Lisboa] e aqui as bilheteiras estão encerradas e nos placards informativos a palavra normal é ‘suprimido’. Os serviços comerciais da CP estão encerrados. A indicação que temos é de que este vai ser o cenário o resto do dia”, concluiu.

Sintra, Cascais e Setúbal a 100% apesar da greve

As ligações com destino a Sintra, Cascais e Setúbal estão a fazer-se a 100%, apesar da greve de 24 horas no setor ferroviário, segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), que adiantou estarem asseguradas os comboios de mercadorias.

Em comunicado, a IP adianta que “relativamente aos comboios urbanos de Lisboa, estão a ser asseguradas 100% das circulações para as ligações com destino a Sintra, Meleças, Castanheira e Cascais, assim como entre o Barreiro e Praias do Sado”.

“Estão também asseguradas a 100%, as circulações das ligações a Setúbal e Coina e garantidas cerca de 25% das ligações de Sintra com destino Alverca e Oriente”, é referido.

Na nota, a IP indica também que no Porto estão ser garantidos todos os comboios urbanos com destino a Braga, Guimarães, Penafiel e Caíde.

Estão também garantidas, segundo a IP, todos os comboios de mercadorias incluídos nos serviços mínimos de segurança.

De acordo com a IP, “está a ser assegurada a atividade do centro de controlo de tráfego, que promove todas as informações associadas ao tráfego rodoviário e a atividade das unidades móveis, que patrulham diariamente as estradas e prestam assistência aos automobilistas”.

As greves de 24 horas dos trabalhadores ferroviários, que se iniciaram às 00:00 desta sexta-feira, vão afetar a circulação de comboios em todo o país, não havendo serviços mínimos ou transportes alternativos.

O protesto de trabalhadores da CP-Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) visa reivindicar a aplicação dos acordos assinados com o Governo e administrações das empresas.

Em tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) foi decidido que não haveria serviços mínimos, além dos definidos por lei, ou seja circulam até ao seu destino os comboios em marcha à hora do início da greve, os comboios socorro e os de transporte de mercadorias perigosas.

Na quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, manifestou, em Bragança, a disponibilidade do Governo para negociar com os ferroviários.

A CP alertou, na terça-feira, para “fortes perturbações” na circulação de comboios, devido à greve, prevendo supressões a nível nacional em todos os serviços.

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