"Ainda não estamos lá. Estamos a trabalhar por um acordo o mais rápido possível", afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, citado pela Bloomberg.
Antes, a fonte do governo grego dava conta que o projeto de acordo ia arrancar já esta quarta-feira.
“No Grupo de Bruxelas, estão a começar os procedimentos para elaborar um acordo entre as equipas técnicas”.
A mesma fonte indicou que esse acordo não deverá contemplar cortes nos salários e pensões e deverá aliviar a meta do défice, mas deverá incluir uma reforma nos impostos indiretos, ou seja, deverá aumentá-los.
Este alegado início do “desenho” do acordo parecia sugerir que a Grécia e os credores se aproximaram nas reivindicações. No entanto, a fonte do governo grego já admitia que ainda há divergências entre os dois lados e apontava o dedo sobretudo ao FMI.
“Ainda há um problema com a postura diferente das instituições. Se não fosse necessário um acordo com o FMI, o acordo já estaria fechado.”
A mesma fonte acrescentou que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, vai continuar em contacto com os líderes das instituições internacionais para tentarem concluir o acordo em conjunto.
A Grécia, que tem problemas de liquidez e corre risco de incumprimento, está desde fevereiro a negociar com os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) um acordo para que seja desbloqueada uma tranche de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido ao país em 2012.
Hoje, de visita a Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, considerou que “não haverá vencedores” caso a Grécia abandone a zona euro.
Steinmeier mostrou-se favorável a que o país se mantenha no euro e insistiu que o objetivo das “negociações intensas” consiste em fazer com que “se mantenha fiel aos compromissos”.
“Será crítico se não formos capazes de resolver o problema grego. Há boas razões para chegar a acordo, mas é preciso que a Grécia cumpra os seus compromissos”.
O ministro alemão exortou ainda Atenas a “tomar as decisões necessárias”, e desejou que não sejam “levantadas suspeitas de que na Europa alguém quer expulsar a Grécia”.