O défice público português em 2016 deve ficar nos 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB), comunicou o Instituto Nacional de Estatística (INE), com base na informação disponibilizada ao instituto. O valor não é mais que o reportado pelo Governo e inscrito nas previsões no Orçamento de Estado (OE) para 2016 que, a confirmar-se, ficaria abaixo da meta última estipulada por Bruxelas, 2,5%.
Já no semestre, o instituto refere que o défice orçamental português ficou nos 2,8% deixando o Governo distante dessas metas mas com uma melhoria em relação aos 4,6% do mesmo período do ano passado.
Em termos globais, da avaliação dos últimos 12 meses, o instituto acrescenta que défice público terminado em junho de 2016 é de 3,4% face aos 3,7% no final de março.
No sobre a capacidade de financiamento da economia, o INE revela ainda que se em 0,9% do PIB no ano terminado no segundo trimestre de 2016, mais 0,1 pontos percentuais (p.p.) que a observada no trimestre anterior.
A poupança bruta diminuiu 0,5%, verificando-se um crescimento da despesa de consumo final da economia (0,6%) ligeiramente superior ao aumento do Rendimento Disponível Bruto da nação (0,5%). A taxa de poupança das famílias fixou-se em 3,9%, mais 0,1 p.p. que no trimestre precedente, refletindo um crescimento ligeiramente mais elevado do Rendimento Disponível comparativamente com o da despesa de consumo final (0,7% e 0,6%, respetivamente).
A necessidade de financiamento das Administrações Públicas (AP) diminuiu, passando de 3,7% do PIB no ano acabado no primeiro trimestre de 2016 para 3,4%. Esta melhoria do saldo das AP resultou do efeito conjugado do aumento de 0,2% da receita e de uma redução de 0,4% da despesa.
Na segunda notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos, o INE adiantou ainda que a dívida pública portuguesa se deverá situar em 124,8% PIB no fim deste ano, face aos 129% homólogos e aos 127,7% previstos no OE 2016.
A dívida bruta da Administrações Públicas suba para 232.516,1 milhões de euros (ME) este ano contra 231.584,2 ME o ano passado.