Pior que Portugal só a Grécia e o Sudão - TVI

Pior que Portugal só a Grécia e o Sudão

País só vai voltar a crescer 1,5% em 2017, dados muito semelhantes aos que alcançou em 2010. Taxa de desemprego vai continuar elevada

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[Notícia atualizada às 18h58]

Na longa lista de países que o Fundo Monetário Internacional alinha nas suas projeções económicas de primavera, divulgadas esta terça-feira, Portugal só está pior do que a Grécia e o Sudão, quando se fala de crescimento.

A comparação parece bizarra, sobretudo com um país que está em guerra civil há 46 anos, mas a verdade é que apenas o Sudão e a Grécia têm pior prestação do que Portugal.

Em 2012, a Grécia terá uma recessão de 4,7% e o Sudão irá contrair 7,3%. Na lista dos três piores, o FMI confirma a recessão nacional de 3,3% este ano, mas alerta que no quarto trimestre a contração será ainda de 2,3%. Portanto, quando o primeiro-ministro sublinhou, no debate quinzenal da passada sexta-feira, que acredita que «até ao final do ano» se avistarão «sinais de inversão do ciclo» talvez tenha de esperar até 2013.

Para o FMI, Portugal estará numa «recessão profunda», da qual só começará a sair em 2013, apontando para uma contração de 2,3% ainda no último trimestre deste ano.

2013 será então pontuado por uma ligeira retoma de 0,3%. Mas com valores tão baixos, o desemprego continuará muito alto, a rondar os 14%, tal como este ano.

Aliás, com a projeção de crescimento de 1,5% apenas para 2017 - dados muito similares aos alcançados em 2010, quando Portugal cresceu 1,4% - é fácil de calcular que, se nos esperam para os próximos anos tão baixos níveis de crescimento, a taxa de desemprego manter-se-á elevada.

Sobre Portugal e as empresas públicas, o FMI também tem uma palavra a dizer: a dívida relativamente ao PIB fora do perímetro das Administrações Públicas quase triplicou nos últimos quatro anos, e registou o maior aumento entre as economias com maiores dívidas.

No mesmo relatório, a retoma da Zona Euro, segundo previsões do FMI, começará na segunda metade deste ano, mas esta previsão não inclui com certeza Portugal, que estará longe da contração de 0,3% prevista para a área do euro durante 2012. A retoma deverá começar ainda no segundo semestre, e o fundo prevê que em 2013 a Zona Euro regresse a um crescimento modesto de 0,9%.

Mas se esta recuperação não inclui Porugal, também deixa de lado Itália e Espanha; a primeira deverá contrair 0,3%, como Portugal, e Espanha não passará de um crescimento anémico de 0,1%.

Para o conjunto da economia mundial, o FMI mostra-se ligeiramente mais otimista que no início do ano, projetando agora uma taxa de crescimento do PIB de 3,5 por cento em 2012 e 4,1 por cento em 2013.

O FMI coloca, ainda, Portugal na lista dos países com um maior com maior volume de dívida em percentagem do PIB, com as dívidas das empresas públicas fora do perímetro das Administrações Públicas a triplicar nos últimos quatro anos.
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