A Indonésia entrou em recessão pela primeira vez desde a crise financeira asiática, há mais de 20 anos, devido ao impacto da pandemia de covid-19, indicaram dados esta quinta-feira divulgados pela agência de estatísticas indonésia.
O Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia do Sudeste Asiático caiu 3,49% no terceiro trimestre, em comparação a igual período de 2019. Um resultado que se soma à queda de 5,3% no segundo trimestre.
A Indonésia viveu a última recessão em 1999, na sequência da crise financeira asiática que afundou a economia do país.
A contração no terceiro trimestre é mais forte do que a de 3,2% prevista por 20 economistas ouvidos pela agência de notícias financeiras Bloomberg. Mas em comparação com o trimestre anterior, o PIB da Indonésia recuperou 5,05%, sugerindo que o arquipélago já passou pelo pior da crise.
O responsável pela agência de estatísticas indonésia observou uma melhoria na situação económica e também "uma boa tendência para o quarto trimestre".
A Indonésia, menos integrada no comércio mundial do que outros países da região, limitou o impacto da crise económica. Em comparação, Singapura viu o PIB cair mais de 13% no segundo trimestre.
Como muitos países afetados pela epidemia de coronavírus, a Indonésia teve que implementar medidas de saúde que paralisaram muitas empresas e deixaram milhões de trabalhadores do setor informal sem rendimentos.
A Indonésia é o país do Sudeste Asiático mais afetado pelo novo coronavírus, com mais de 420 mil casos detetados e 14 mil mortes.
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, assinou esta semana a "lei geral", um vasto pacote de medidas com a ambição de atrair mais investimento estrangeiro.
Mas, para os sindicatos, o diploma mina os direitos dos trabalhadores, enquanto os defensores do ambiente denunciaram um relaxamento das restrições regulatórias, o que pode incentivar o desmatamento.