UGT: país está no fundo e desemprego ainda vai aumentar mais - TVI

UGT: país está no fundo e desemprego ainda vai aumentar mais

Secretário-geral diz que medidas de apoio ao emprego são deficientes e diz que ritmo de crescimento baixo ainda dificulta mais a inversão da tendência

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O secretário geral da UGT, João Proença, considera que «Portugal está no fundo» e que o desemprego, cuja taxa atingiu um novo recorde no primeiro trimestre do ano, ainda vai aumentar mais. Para travar a tendência, o sindicalista apelou ao Governo para que reforce as activas políticas de emprego.

«Com as políticas activas de emprego tradicionais, Portugal está no fundo. Com este nível de desemprego deveríamos estar a um nível muito mais elevado de preocupação no apoio aos desempregados, em termos da criação de postos de trabalho», declarou João Proença aos jornalistas, no final de um encontro com o PSD, na sede da estrutura sindical, e citado pela Lusa.

«Depois de um período conjuntural do verão, em que até pode diminuir ou estabilizar, o desemprego vai aumentar. Estamos com um crescimento económico muito reduzido», considerou.

«Com o actual nível de crescimento económico não é possível, por melhores que sejam as políticas de emprego (e nós achamos que as actuais têm ainda muitas deficiências), que o desemprego não continue a aumentar», acrescentou.

«Não é um crescimento de um por cento ou abaixo de 1% (e todas as previsões para Portugal apontam um crescimento abaixo de 1% em 2010) que vai alterar o aumento do desemprego. Esta é para nós a principal preocupação», concluiu o secretário geral da UGT.

A UGT assume que «as medidas de combate à crise são necessárias, são indispensáveis», mas defende que tem de se procurar reduzir ao máximo o seu impacto negativo no crescimento e no emprego. «O défice tem de ser visto como um constrangimento, porque a prioridade tem de ser o crescimento e o emprego», defendeu.

Números são ainda piores do que parecem

A CGTP lembra que os números do IEFP estão longe de reflectir a verdade. «Na verdade o desemprego atinge cerca de 730 mil pessoas, sendo a taxa real de desemprego de 12,9%, se considerarmos os inactivos disponíveis e o subemprego visível», refere, em comunicado.

Para a central sindical, «o pacote acordado recentemente entre o PS e o PSD, ao invés de promover o desenvolvimento, vai provocar maiores constrangimentos à economia e fragilizar ainda mais a vida da generalidade da população».

Em vez disso, a CGTP defende «uma nova política que tenha como prioridade os trabalhadores e o povo e não os interesses dos grupos económicos e financeiros».

«É necessário e urgente um novo rumo para a política nacional, que favoreça o crescimento económico, aposte na dinamização do sector produtivo, crie mais e melhor emprego, reforce a solidariedade com os desempregados, promova o aumento do poder de compra dos trabalhadores e das suas famílias».
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