Os preços do petróleo seguem perto de mínimos de três meses, com a perspetiva de que uma oferta excessiva, que dura há mais de um ano, afinal possa manter-se mais tempo. Isto numa altura em que os países que fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não conseguem chegar a acordo para estabilizar a oferta e travar a produção da matéria-prima.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas da semana passada levou a ganhos nas ações e no dólar, após o primeiro momento, mas prejudicou grande parte do complexo de commodities - mercadorias, bens -, incluindo o petróleo, que caiu na expectativa de que os maiores exportadores do mundo concordem em reduzir a produção ainda este mês.
Os futuros - contratos negociados hoje para entrega futura - do barril de Brent, que serve de referência às exportações portuguesas, descem 0,25% para 44,63 dólares. O West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos cai 0,41% para 43,24 dólares.
Da mesma forma que um forte acordo da OPEP seria necessário para continuar o rally para acima dos 55 dólares, a falta de acordo levá-lo- à abaixo dos 40 dólares e agora, estamos em 45 dólares", disse o estrategista da Petromatrix, Olivier Jakob, citado pela Reuters.
A OPEP prevê cortar ou congelar a produção, mas os analistas duvidam da capacidade do grupo em chegar a um acordo na reunião de 30 de novembro.
A Organização disse na sexta-feira que sua produção atingiu um recorde de 33,64 milhões de barris por dia em outubro e prevê, em 2017, um superávit global ainda maior do que a previsão da Agência Internacional de Energia.
No entanto, o ministro saudita da Energia, Khalid al-Falih, referiu que é imperativo que os membros da OPEP cheguem a um consenso sobre a ativação do acordo feito em setembro, em Argel, para cortar a produção.
A OPEP sabe o que precisa ser feito, mas poucos membros concordarão em preferir a dor da produção para o ganho de preço, sabendo também que o ganho de preço incentiva a não-OPEP a produzir mais, alongando o processo de reequilíbrio", disse David Hufton, também citado pela Reuters.
A OPEP está a enfrentar problemas insuperáveis, aliados à eleição de Donald Trump", acrescentou.