Greve geral nacional nos Correios decorre a 7 de junho - TVI

Greve geral nacional nos Correios decorre a 7 de junho

CTT

Trabalhadores estão contra a privatização da empresa

Os trabalhadores dos CTT vão fazer «greve geral nacional», no dia 7 de junho, contra a privatização da empresa e «em defesa de um serviço público de qualidade», anunciou esta sexta-feira, em Coimbra, o dirigente sindical Henrique Santos.

O coordenador da Secção da Beira Litoral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) falava aos jornalistas, hoje, à tarde, durante uma manifestação, na Praça 8 de Maio, na Baixa de Coimbra, contra o encerramento do Centro de Produção e Logística (CPL) dos CTT na região Centro, instalado em Taveiro (Coimbra).

A paralisação de 7 de junho visa protestar «contra a privatização dos CTT» e «defender um serviço público postal de qualidade», adiantou Henrique Santos, salientando que os serviços dos correios em Portugal - que são «dos melhores do mundo» - se estão «a degradar todos os dias», designadamente em relação à «entrega de correio».

O encerramento do CPL de Taveiro, que «está em curso», e de estações de correios e a redução de marcos de correios são medidas que degradam o serviço e o afastam cada vez mais dos utentes, ao «contrário daquilo que a administração da empresa» pretende fazer crer, afirmando que quer, com estas medidas, aproximar os Correios das populações, sublinhou Henrique Santos, citado pela Lusa.

Várias dezenas de trabalhadores do CPL dos CTT na região Centro, em Taveiro (onde trabalham cerca de 140 funcionários), manifestaram-se, hoje, em Coimbra, «contra o encerramento da central», em «defesa do serviço público» e «contra a privatização» da empresa.

A administração dos Correios assegura que aquela «central não vai encerrar», mas «está a deslocalizar serviços» para Lisboa, com a intenção de «retirar» de Taveiro «toda a central», disse, aos jornalistas, o dirigente da SNTCT.

A manifestação, durante a tarde de hoje, coincidiu com o dia de greve dos trabalhadores do CPL de Taveiro, convocada por aquele sindicato, igualmente para protestar contra a alegada intenção de deslocalização do centro para Lisboa, contra a privatização dos CTT.

A empresa sustentou, na quinta-feira, que a paralisação afetaria apenas a central logística, «não se estendendo ao Centro de Distribuição Postal a ele adjacente (de onde saem os carteiros)», mas Henrique Santos afirma que «diversas áreas da região» foram afetadas, atrasando a distribuição do correio, parte da qual não terá sido feita hoje.

A greve no CPL de Taveiro e a manifestação de hoje marcam «o início da luta contra a privatização», contra a degradação dos serviços de distribuição dos CTT, sublinhou o dirigente sindical.

Durante a sua intervenção, na manifestação desta tarde, o dirigente do SNTCT António Pereira desafiou o líder do PS, «António José Seguro, a dizer se é a favor ou contra a privatização dos CTT, mas de forma clara e não com um 'nim'».

O vereador e candidato à Câmara de Coimbra, pela CDU, Francisco Queirós, também participou no protesto, manifestando a sua solidariedade com os trabalhadores dos CTT e contestando a política que a empresa tem vindo a adotar, designadamente em relação ao encerramento de estações de correio, «como está a acontecer em Coimbra».

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda entregou hoje um requerimento na Assembleia da República, questionando o governo sobre o anúncio da administração dos CTT, revelando estar a «estudar o encerramento de quatro estações de correios em Coimbra: Rossio, Celas, Cernache e Souselas».
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