O presidente executivo do Danske Bank, Thomas Borgen, renunciou esta quarta-feira ao cargo após uma investigação que revelou o pagamento, pela instituição, de cerca de 200 mil milhões de euros, na sua maioria suspeitos, através da filial na Estónia.
O banco dinamarquês admite falhas no sistema de controlo, apesar dos crescentes esforços junto dos reguladores da União Europeia para que “ataquem” o crime financeiro depois de uma série de escândalos de lavagens de dinheiro que chamaram a atenção das autoridades dos Estados Unidos.
Embora tenha sido pessoalmente inocentado, do ponto de vista legal, tenho a responsabilidade final. Não há dúvida de que nós, como organização, fracassamos e não correspondemos às expectativas”, disse Borgen, que permanecerá no cargo até que um novo CEO seja indicado, segundo noticia a Reuters.
O banqueiro, de 54 anos, foi responsável pelas operações internacionais do Danske Bank, incluindo a da Estónia, entre 2009 e 2012.
Segundo o banco, num resumo do relatório que abrangeu cerca de 15.000 clientes e 9,5 milhões de pagamentos entre 2007 e 2015, Borgen, o presidente do conselho de administração, Ole Andersen e o conselho "não violaram suas obrigações legais".
Andersen assegurou que o banco fez uma avaliação do que pode, nestas transferências de dinheiro, ter violados as leis norte-americanas – uma preocupação dos acionistas - mas recusou partilhar as conclusões da avaliação.
A carteira de não-residente da Estónia incluía clientes da Rússia, do Azerbaijão, da Ucrânia e de outros países ex-soviéticos, segundo a investigação, que começou há um ano, depois de o jornal Berlingske revelar a alegada má conduta da filial.
O Danske Bank, cujas ações caíram quase 8% durante as negociações de esta manhã, disse que cerca de 6.200 clientes foram examinados, até o momento, e prevê que "uma parte significativa dos pagamentos seja suspeita".
As ações da instituição duplicaram de valor desde que Borgen assumiu o cargo em 2017 e até julho de 2017, mas, desde então, perderam mais de um terço do seu valor, à medida as alegações de transações suspeitas aumentaram e a Dinamarca e a Estónia iniciaram investigações criminais.