Depois dos alertas recentes que deixou a propósito do baixo crescimento - e de poder rever o o único rating positivo de Portugal a 21 de outubro - a DBRS vem agora dizer que acredita que o défice público do país vai ficar abaixo dos 3% (saindo do chamado Procedimento por Défices Excessivos) este ano. Diz que com a execução orçamental a aparentar estar em linha com o previsto, apesar do tímido crescimento económico, as metas são possíveis de atingir.
É verdade que as metas orçamentais para este ano eram demasiado ambiciosas e estamos a ver que os pressupostos macro económicos eram demasiado otimistas, mas ao mesmo tempo a execução orçamental parece seguir em linha com o esperado".
Numa entrevista à Reuters, a principal analista da DBRS para Portugal, Adriana Alvalado, nota também que até agora não se registaram tensões assinaláveis entre os socialistas e os seus aliados no Parlamento, BE e PCP.
Não vimos qualquer razão para grande preocupação. Contudo, ainda teremos de ver. As próximas semanas são importantes, o orçamento vai ser apresentado e o crescimento tem desiludido".
A classificação de grau de investimento atribuída pela DBRS tem sido um suporte vital para Portugal, permitindo que os títulos de dívida soberana continuem a fazer parte do programa de compras do Banco Central Europeu.
A DBR toma "em consideração vários factores, incluindo a predisposição do Governo e a capacidade de seguir uma política orçamental prudente e apertada que permita a redução do rácio de dívida pública" e prevê que o Governo "reduza o défice orçamental para abaixo de 3% este ano".
Recorde-se que a Comissão Europeia fixou a meta nos 2,5%, contra 4,% em 2015 e a previsão do Governo é chegar aos 2,2%. O primeiro-ministro diz que vai conseguir ficar "confortavelmente abaixo" dos 2,5%, mas o Governo tem falado a várias vozes sobre o assunto.
Seja como for, a previsão da DBRS é que ocrescimento permaneça baixo na segunda metade do ano, atingindo cerca de 1% para o conjunto de 2016. "É certamente crescimento fraco para a dinâmica da dívida, isso poderá significar que Portugal precisará de um excedente primário mais elevado para estabilizar o rácio de dívida".
A concretizar-se essa expansão do PIB, estaria muito abaixo da estimativa do Governo de uma criação de riqueza de 1,8%.