A presidente do organismo defende que apesar da medida ser boa a curto prazo, até porque gera emprego, acaba por engrossar a dívida e aumentar as importações.
“Ficamos expostos de novo à falta de confiança dos mercados, o que se traduz numa crise de financiamento”
Outro alerta do CFP vai para os números do défice: para a instituição, basta não haver qualquer medida de política orçamental para pôr em causa a revogação do procedimento por défices excessivos, “na medida em que o défice de 2016 seria superior a 3%”.
Teodora Cardoso admite que “o risco é muito tentador”, mas lembra que Portugal já viveu esse cenário no ano 2000.
Apesar de se escusar a fazer qualquer análise política, está implícito o recado, nomeadamente ao PS e à coligação, que continuam em negociações.
É que quer no caso do PS, que defende o aumento do consumo interno como alavanca de crescimento, como no caso da coligação, que prometeu devolução dos salários da Função Pública e redução progressiva da sobretaxa de IRS, são medidas que levariam precisamente ao cenário que o Conselho das Finanças Públicas diz querer evitar: o descontrolo das contas.
No relatório 'Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2015-2019', que atualiza a edição divulgada em março, o CFP prevê que o Produto Interno Bruto cresça 1,7% em 2015 (ligeiramente acima dos 1,6% previstos em março), mas espera agora um crescimento inferior da economia portuguesa entre 2016 e 2019.