Costa: indicação de rating da DBRS "não é assunto que me tenha apoquentado" - TVI

Costa: indicação de rating da DBRS "não é assunto que me tenha apoquentado"

Primeiro-ministro está otimista em relação ao anúncio que a agência de notação financeira deve fazer hoje sobre Portugal. Sobre a entrevista de Passos, diz desconhecer propostas do PSD e não ter "qualquer expetativa"

Foi um primeiro-ministro otimista que apareceu para falar com os jornalistas após o Conselho Europeu. António Costa assegura que o tema DBRS "não é um assunto que me tenha apoquentado".

Toda a situação financeira do país só pode conduzir a que indicação da DBRS de logo seja positiva", acrescenta.

Todos querem saber que decisão vai, afinal, tomar a agência de rating canadiana sobre a notação de Portugal. Uma posição que pesa sobre o futuro financeiro do país, já que a DBRS é a única, das quatro consideradas pelo Banco Central Europeu, que mantém o país na classificação de “investimento”, uma condição fundamental para que a instituição liderada por Mario Draghi inclua os títulos de dívida portuguesa no programa de compras e os aceite nas operações de refinanciamento.

Ontem, na habitual conferência depois da reunião do conselho de governadores do BCE, Draghi foi perentório ao dizer que se a agência canadiana descer, esta sexta-feira, o rating do país para lixo, o banco central deixará de comprar dívida nacional, apesar de reconhecer os "progressos notáveis" do país.

Passos tem “má compreensão ou desatenção” sobre os impostos

Já sobre as declarações de Passos Coelho, líder do PSD, na entrevista que deu ao Público, concretamente quando assegura que este Governo nunca baixará impostos, Costa responde e diz tratar-se de “má compreensão ou desatenção”. E volta a desfiar de tudo aquilo que o seu Governo tem feito e vai continuar a fazer em 2017.

O chefe do Governo recorda que, em 2016, já baixaram – a sobretaxa para 68% dos portugueses – e para este ano os 32% que ainda pagam vão deixar de pagar. Acresce a descida que houve no IVA da restauração. Em 2017, haverá benefícios fiscais ao investimento para empresas inovadoras e um alívio “importante” para as empresas industriais, com a eliminação da obrigação do pagamento de IVA no momento da importação, refere.

Para concluir que “já baixamos bastante os impostos”.

No que toca ao contributo do PSD no debate da proposta de Orçamento no Parlamento, Costa está incrédulo e ironiza: “face ao que tenho ouvido o PSD dizer, e conhecíamos da vontade do PSD, não tenho qualquer expetativa. Se é para repor cortes nos vencimentos e de 600 milhões nas pensões, são propostas que não geram expetativa positiva e serão, obviamente, rejeitadas pela maioria na Assembleia da República”.

“Quanto a outras propostas não conheço”, conclui.

Bruxelas? "Keep calm!"

"Tranquilidade"  é a palavra usada pelo primeiro-ministro para mostrar o seu estado de espírito sobre a apreciação que a Comissão Europeia fará à proposta de Orçamento do Estado para 2017. António Costa não antevê que o executivo comunitário levante questões.

Este ano, nós vamos pela primeira vez ter um défice não só claramente abaixo dos 3%, como abaixo dos 2,5% propostos pela Comissão Europeia, e o défice proposto no orçamento do próximo ano cumpre também aquilo que são os nossos compromissos com a União Europeia, portanto não antevejo nenhuma dificuldade especial na apreciação pela Comissão Europeia da nossa proposta de orçamento”, salientou o chefe do Governo português.

António Costa aproveitou também para afastar qualquer contrariedade face à aprovação do Orçamento, porque “verdadeiramente nunca houve drama ao longo de todo este ano”. Acrescentando que “as relações hoje com a UE estão bastante serenas e calmas e descontraídas”.

Qualquer questão que seja colocada, encontraremos também uma resposta se for o caso. Mas à partida não vejo que tipo de questões sejam suscitadas”, disse António Costa, argumentando que, caso se comparem os objetivos de execução orçamental de Portugal com os de vários outros países e os resultados alcançados, não há qualquer motivo para que “haja muita preocupação por parte da Comissão Europeia”.

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