Governo diz que previsões de Bruxelas são "sempre muito prudentes" - TVI

Governo diz que previsões de Bruxelas são "sempre muito prudentes"

  • VC com Lusa (Atualizada às 17:00)
  • 9 nov 2017, 15:01

Ministro dos Negócios Estrangeiros foi o primeiro membro do executivo a reagir, antes mesmo de António Costa, que se mostra "tranquilo". Partidos também começam a comentar as projeções da Comissão Europeia, que não acredita na meta do Governo para 2018

O Governo já reagiu às previsões da Comissão Europeia para a economia portuguesa - Bruxelas não acredita na meta do défice traçada pelo Governo para 2018 e, embora acredite que o país vai no bom caminho, faltam medidas estruturais. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foi o primeiro elemento do executivo a reagir, destacando que as projeções da Comissão "são sempre muito prudentes" e que, no essencial, "se aproximam" das feitas pelo Governo.

Já António Costa reagiu pouco depois. Mostrou-se "tranquilo" sobre a capacidade de execução do Orçamento em 2018 e considerou que as reservas transmitidas pela Comissão Europeia face à evolução do défice são menores do que no passado.

Se compararmos o que a Comissão Europeia disse hoje com aquilo que afirmou no passado, vemos que neste momento, felizmente, os receios são menores. Estamos confiantes no Orçamento que apresentámos e na capacidade de o executar - aliás, como temos executado bem em 2016 e em 2017".

De acordo com o líder do executivo, "é muito encorajador verificar que a Comissão Europeia se vai aproximando da confiança que o Governo português tem em relação ao crescimento da economia e à descida do desemprego".

"O foco está menos no cumprimento das regras do défice e encontra-se antes, sobretudo, no ritmo do crescimento e na criação de emprego", sustentou.

Antes, também o ministro Augusto Santos Silva salientou a aproximação de Bruxelas às previsões do Governo.

O elemento essencial nas novas previsões da Comissão Europeia é como elas se aproximam das previsões portuguesas. A Comissão Europeia tem um padrão - que é compreensível - de previsões sempre muito prudentes. À medida que as vai revendo, vai-se aproximando das previsões do governo português"

Na conferência de imprensa final do Conselho de Ministros de hoje, Augusto Santos Silva acrescentou que essa aproximação é clara "no que diz respeito a 2017" e "no que diz respeito à projeção do crescimento económico para 2018".

"Quanto à previsão orçamental para 2018 apresentada pela Comissão Europeia, esta mais uma vez obedece aquele padrão de prudência" já identificado.

E estou absolutamente seguro de que ao longo do ano de 2018 ela acabará por aproximar-se, até finalmente convergir com a previsão do Governo".

O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que "aquilo que o Governo prevê como défice orçamental para 2018 é o que está inscrito na proposta do Orçamento do Estado: 1% do PIB".

"A Comissão Europeia e o Governo têm trabalhado no sentido de serem esclarecidas todas as questões que foram colocadas na carta dirigida ao Governo português. A diferença que tinha sido notada no que diz respeito ao cálculo do défice orçamental é pouco mais que irrelevante", evidenciou ainda.

Também o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, comentou as previsões de Bruxelas.  "Com as previsões de Bruxelas confirmamos a tendência muito favorável à economia portuguesa neste ano, e é por aí que queremos continuar. São, quer quanto às metas do défice, quer quanto às metas da economia, a confirmação das previsões do Governo". E isso também nos prepara, porque estamos a chegar ao final do ano, prepara-nos também para lançar um ano de 2018 forte e um ano de 2018 novamente, esperamos nós, com índices de crescimento económico acentuados"..

Reações dos partidos

O PCP foi o primeiro partido a comentar as projeções de Bruxelas, desvalorizando os avisos que as acompanharam quanto ao défice orçamental. Jerónimo de Sousa lembrou até que “Bruxelas está sempre a fazer avisos” e que “falhou rotundamente”, por várias vezes, as suas previsões sobre a evolução da economia portuguesa.

Acho que devíamos pensar menos em Bruxelas e mais em Portugal para resolver os nossos problemas”.

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