Combustíveis: ministro recusa ter dito algo "ofensivo", só "verdades de La Palisse" - TVI

Combustíveis: ministro recusa ter dito algo "ofensivo", só "verdades de La Palisse"

Caldeira Cabral mostra-se disponível para negociar com as transportadoras uma solução para fazer face à escalada do preço dos combustíveis

O ministro da Economia respondeu esta terça-feira aos protestos e ao pedido de demissão feito pelos transportadores de mercadorias, depois de ontem ter fugido à questão. Manuel Caldeira Cabral disse que não quis ofender ninguém quando apelou aos portugueses para não abastecerem os seus veículos em Espanha.

"Eu não disse nada que seja ofensivo para ninguém e nunca defendi nenhuma polémica, não tenho que voltar a trás nem voltar à frente. A minha ideia sobre isso é que estamos a trabalhar com as transportadoras. Não acusei ninguém de falta de patriotismo", começou por dizer aos jornalistas, quando confrontado com o assunto. E prosseguiu:

"As declarações nem sequer se referiam às transportadoras, mas às distirbuidoras de gasolina e apenas constatava dois factos que são verdades de La Palisse há muito tempo: há na fronteira muitos portugueses que abastecem em Espanha há muitos anos, não é uma situação nova, não há notícia aí. E por outro lado que, quando as pessoas abastecem em Espanha pagam impostos em Espanha e quando abastecem em Portugal pagam impostos em Portugal"

Para Caldeira Cabral não proferiu "nenhuma ofensa" e não causou "nenhum conflito, nem nenhuma polémica". 

O governante mostrou-se, de resto, disponível para negociar com as transportadoras uma solução para fazer face à escalada do preço dos combustíveis.

Esta semana começou com a terceira subida dos combustíveis no espaço de um mês: a gasolina até quatro cêntimos por litro, o gasóleo três.

Para o Governo, estes aumentos não são suficientes para baixar o imposto sobre os produtos petrolíferos. Embora o Orçamento do Estado preveja um aumento de seis cêntimos no ISP, o Executivo admitiu depois rever o imposto se as cotações internacionais subissem a cada quatro cêntimos, desde que as contas garantissem a neutralidade fiscal. Com estes aumentos todos, havia esperanças nesse sentido, mas nada feito.  

O ministério das Finanças justificou que o valor da gasolina é idêntico àquele que se verificava na altura da publicação da portaria, a tal que aumentou o ISP em seis cêntimos. Já o gasóleo está apenas um cêntimo acima do preço na semana que serviu de referência à atualização do imposto.


 

 

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