Papéis do Panamá levam à demissão de ministro espanhol - TVI

Papéis do Panamá levam à demissão de ministro espanhol

José Manuel Soria, titular da pasta da indústria, está ligado a offshore. Deu explicações contraditórias nos últimos dias, primeiro desmentindo e depois afirmando então que não se lembrava de ter assinado aqueles documentos divulgados pela imprensa

O ministro espanhol da Indústria, José Manuel Soria, demitiu-se do governo interino espanhol, depois de ter sido tornada pública a sua ligação aos Papéis do Panamá (ou Panama Papers). 

O argumento para a demissão é, segundo o El País, a "falta de informação precisa sobre factos que ocorreram há mais de 20 anos" e, também, a preocupação em relação ao "dano evidente" que a situação causou no Partido Popular,

Soria quer minimizar os problemas ao seu partido, numa altura em que a Espanha está num limbo político, depois das eleições de dezembro, com um Governo em gestão. 

A demissão atravessa todos os seus cargos: desde ministro, a deputado e a presidente do Partido Popular nas Canarias. 

Tanto Soria como o PP disseram que o ministro não pertencia a nenhuma sociedade offshore, mas um documento que veio a público mostra que uma empresa sua está sediada nas ilhas Jersey. A partir daí, a situação passou a um estado limite e, daí, esta resignação.

Para além do nome de José Manuel Soria, também o de membros da sua família apareceu associado a empresas offshore listadas nos Papéis do Panamá, no início desta semana.

O ministro deu explicações contraditórias nos últimos dias, primeiro desmentindo a informação e depois afirmando então que não se lembrava de ter assinado aqueles documentos divulgados pela imprensa. 

Os Papéis do Panamá são a maior fuga de documentos confidenciais sobre o negócio dos paraísos fiscais. Trata-se, ainda, da maior investigação de sempre do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), ao qual a TVI pertence. Em conjunto com o Expresso, está a tratar a informação para divulgar as matérias de interesse público. 

história relativa aos portugueses começa no Luxemburgo, sendo que há mais de 240 portugueses nas offshores da Mossack Fonseca, de onde partiu a fuga de informação que fez rebentar o escândalo.

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