Menos de metade das empresas atribuiu prémios de desempenho aos trabalhadores pelo cumprimento dos objetivos definidos para a empresa, no ano passado. É o que revela um inquérito divulgado pelo instituto nacional de estatística.
Foram 44,9% as sociedades que deram prémios de desempenho aos funcionários. Em cerca de 51%, não houve mesmo lugar a qualquer promoção de pessoal ao serviço com funções de gestão, tendo essa percentagem diminuído para 44,3% no caso do pessoal ao serviço sem funções de gestão.
A quase totalidade das sociedades referiu possuir objetivos para o seu desempenho, em geral por elas considerados moderadamente ambiciosos, e cerca de 43% declarou que possuía e monitorizava indicadores de desempenho com uma frequência mensal ou trimestral".
No relatório, o INE conclui que as práticas de gestão contam significativamente para o desempenho económico das empresas.
Segundo este inquérito, em 61% das sociedades os gestores de topo possuíam grau de licenciatura ou superior. Uma percentagem que sobe para 82,9% nas grandes empresas.
Em cerca de 70% das sociedades, o gestor de topo exercia a função em exclusividade.
Empresas na mão de familiares
Outro dado relevante é que, em 2016, mais de 50% do total de sociedades eram detidas pelos fundadores ou seus familiares. Sabemos que muitas PME (Pequenas e Médias Empresas) portuguesas são de gestão familiar.
Entre as mais jovens, essa percentagem aumenta para 64,5%, enquanto nas sociedades com mais idade diminui para 54,9%.
Quanto maior a idade e a dimensão da empresa menor a percentagem de empresas detidas pelos fundadores ou pelas suas famílias. Em 70% das empresas não pertencentes a um grupo observou-se o controlo por parte dos fundadores, face a apenas 40,9% nas empresas integradas num grupo".
Os nossos gestores
Das empresas que responderam, há três características que melhor descrevem o gestor de topo:
- "Tomar decisões" (23,6% das respostas)
- "Assumir as responsabilidades" (21,5%)
- "Ser atuante" (16,4%)
As características menos referidas, por sua vez, foram:
- "Oferecer feedback" (2,4%)
- "Reconhecer e respeitar os limites entre chefia e subordinado" (4,9%)
- "Pedir ajuda se necessário" (5,0%).