Incentivos fiscais criam mais emprego do que estágios - TVI

Incentivos fiscais criam mais emprego do que estágios

  • ALM com Lusa
  • 22 jan 2018, 16:59
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Em alternativa aos estágios, o estudo considera que para combater o desemprego “qualquer incentivo que não envolva um apoio direto à contratação” é bem-vindo

Os incentivos fiscais estimulam mais a criação de emprego do que os estágios profissionais, conclui um estudo hoje divulgado pela Universidade de Aveiro.

Durante o Mestrado em Matemática e Aplicações da Universidade de Aveiro, Aníbal Galindro utilizou duas ferramentas de controle (estágios e medidas indiretas como incentivos fiscais), para estipular qual o melhor mecanismo para diminuir o nível de desemprego.

Através da teoria do controlo ótimo, constatamos que a oferta de estágios deve ser reduzida em períodos de maior desemprego ou mesmo eliminada, isto porque, dada a maior quantidade de desempregados, as pessoas estão mais recetivas a aceitar salários menores (desvalorização da mão-de-obra) pelo que o Estado, neste cenário, pode estar a fornecer mão-de-obra (com maior carga financeira inerente) que na prática já seria absorvida pelas empresas pelo seu baixo custo”, explica Aníbal Galindro.

Tendo em conta a realidade do mercado de emprego em Portugal, Aníbal Galindro chega a essas conclusões tendo como referência o modelo matemático para o desemprego criado em 2016 pelos investigadores indianos Surekha Munoli e Shankrevva Gani.

Com a tese intitulada “A simple mathematical model for unemployment: a case study in Portugal with optimal control”, resultante do seu mestrado orientado por Delfim Torres, investigador do Departamento de Matemática da Universidade de Aveiro, Aníbal Galindro conclui que o apoio à contratação deve ser evitado.

Em alternativa aos estágios, o estudo considera que para combater o desemprego “qualquer incentivo que não envolva um apoio direto à contratação” é bem-vindo.

É o caso do fornecimento de benefícios às empresas, através de incentivos fiscais, de menor tributação sobre os lucros ou, por exemplo, de subsídios”.

O maior benefício deste tipo de medidas advém de muitos custos administrativos serem poupados neste processo”, explica Aníbal Galindro.

O trabalho conclui ainda que as políticas nacionais de incentivo à criação de emprego serão mais eficazes se aplicadas em “períodos de bonança”.

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