85% das empresas sentem falta de apoio dos bancos

A esmagadora maioria das empresas portuguesas não confia na capacidade dos seus próprios bancos para lhes dar apoio financeiro.

«A atual recessão económica fez com que a maioria das empresas se sinta menos segura no que se refere a obter o apoio financeiro que precisa por parte dos banco para fazer crescer o seu negócio. Apenas 15% das empresas acham que a situação não se alterou», revela o Índice do Risco 2012, elaborado pela multinacional sueca Intrum Justitia.

«As restrições ao crédito bancário fazem com que as empresas temam pela sua sobrevivência, pelo que é necessário tomar medidas para evitar a deterioração do tecido empresarial português, nomeadamente a implementação por parte das empresas de políticas de gestão e controlo de crédito que contribuam para a redução dos atrasos de pagamento, responsáveis por 25% das falências», nota o diretor geral da Intrum Justitia Portugal, Luis Salvaterra, em comunicado.

Mesmo aqui ao lado, em Espanha, há uma diferença algo substancial em relação a Portugal- apenas 54% das empresas não confia que os seus bancos lhe consigam dar apoio. Na Europa, a percentagem das empresas que não confia na capacidade dos seus bancos para lhes dar apoio financeiro desce até os 47%.

A torneira do crédito está cada vez mais apertada em Portugal. Os empréstimos às empresas estão a cair há oito meses. Segundo os dados do Banco de Portugal, baixaram 412 milhões de euros, de 111.140 milhões em abril para 110.728 milhões em maio.

Muitas empresas precisam de liquidez e não têm a quem recorrer. Cerca de 61% acreditam que os bancos estão a conceder menos empréstimos por causa da recessão global, nota o mesmo estudo.

Já no plano europeu, 42% das empresas acreditam que os bancos restringiram o crédito devido à recessão global e à situação económica europeia e «apenas 5% das empresas recorre aos bancos em caso de problemas de liquidez», o que compara com os 14% que o faziam em 2011.

No topo do ranking, por maus motivos, encontra-se a Grécia, onde 75% das empresas sofreram restrições de crédito por parte dos bancos. Em melhor situação estão a Suécia, Suíça e Noruega: «menos de 20% das empresas consideram que houve, realmente, restrições» na concessão de financiamento.