Auto-estradas: poupança de tempo compensa pagar portagem?

A associação que reúne as concessionárias das autoestradas portuguesas fez um estudo que conclui que fazer uma viagem pela estrada nacional tem praticamente os mesmos custos que pela autoestrada, tendo em conta os gastos associados ao tempo, segurança e consumo de combustível.

Mas estas conclusões são contestadas pelo Observatório de Segurança das Estradas que diz que os ganhos em tempo e segurança não justificam os preços abusivos que se praticam nas autoestradas em Portugal.

Neste estudo não é só a portagem que tem um preço: o tempo de viagem, o combustível, o desgaste do veículo e a segurança também. E, somados todos estes custos, o estudo encomendado pelas concessionárias chega à conclusão que viajar pela estrada nacional acaba por ficar tão caro como pela autoestrada.

Por exemplo, de Lisboa ao Porto, somados todos os fatores (portagem, segurança, consumo de combustível, desgaste do veículo e tempo), conclui-se que o custo pela autoestrada e por estrada é praticamente o mesmo. Isto porque, apesar dos 21,25 euros da portagem, poupou-se mais de 6 euros em combustível e 2 horas de tempo.

E porque tempo é dinheiro, também de Lisboa ao Algarve se gastam mais 20,20 em portagem, mas poupam-se 2 horas no relógio e 7,80 euros no depósito. Ganhos que, segundo o Observatório, se pagam a peso de ouro.

O estudo, que analisa os 10 percursos mais usados pelos automobilistas e tem conta apenas o período de férias, pretende sensibilizar os automobilistas, num ano em que as autoestradas registaram uma quebra de tráfego e de receitas de 12%.