Bava ganha 128 vezes mais do que trabalhadores da PT - TVI

Bava ganha 128 vezes mais do que trabalhadores da PT

Zeinal Bava, presidente PT

Deco diz que em Portugal «continua-se a pagar aos dirigentes o equivalente ao seu peso em ouro». Mais de metade das cotadas chumba nas boas práticas

Os salários milionários praticados nas empresas cotadas em Bolsa fizeram com que mais de metade chumbasse no teste sobre as práticas de organização, segundo a Deco. A PT é o caso mais extremo, dado que Zeinal Bava ganha 128 vezes mais do que os colaboradores.

«Em Portugal, continua-se a pagar aos dirigentes o equivalente ao seu peso em ouro», havendo uma grande disparidade de salários, refere a associação na revista Deco Proteste, que foi publicada esta terça-feira.

O «caso extremo» é então a Portugal Telecom: no ano passado, «o salário do presidente executivo», Zeinal Bava, «superava em 128 vezes o rendimento médio dos colaboradores do grupo».

Outras empresas com grande disparidade de remunerações são a Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce - onde os salários dos administradores representam 104 vezes os dos colaboradores - e a Sonae, que detém o Continente, cujo rácio é de 72 vezes.

PT, REN e Banco BPI ficaram no fundo da tabela por, «entre outras razões, limitarem o direito de voto dos acionistas».

Já nos lugares mais distintos deste ranking, entre as cotadas, estão o Banco Espírito Santo e a Martifer. Ainda assim, «nenhum satisfaz completamente».

Já a Galp Energia, Sonae e BES conseguiram melhorar as suas classificações face aos resultados do ano passado.

Perante este cenário, que no seu conjunto não é positivo, a Deco avança com um conjunto de propostas para proteger os investidores. Defende, por exemplo, que os conselhos de administração devem ser compostos por uma maioria de membros independentes e que as remunerações e prémios devem ser sempre aprovados em assembleia geral de acionistas.

O estudo divulgado hoje avalia o governo das sociedades com base em três pilares: a transparência das empresas (que inclui a remuneração dos administradores), os direitos dos acionistas e o funcionamento do conselho de administração. Foram avaliadas 374 empresas, 30 das quais cotadas em Bolsa.
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