BCE decide hoje futuro da taxa de juro

O conselho de governadores do Banco Central Europeu reúne-se esta quinta-feira e vai divulgar a sua decisão sobre a taxa de juro directora, responsável pelo sobe e desce do preço do dinheiro. Os analistas apontam para a manutenção no actual mínimo histórico de 1%, o que indica um alívio na prestação da casa.

Ou seja, com tantas más notícias para o bolso dos portugueses - impostos mais altos e austeridade reforçada - esta pode ser uma das poucas para as carteiras das famílias: em 2012, a maioria deverá poupar no crédito à habitação.

A tendência já é visível nas taxas comerciais, as Euribor, que desceram ligeiramente em Dezembro. Isso quer dizer que as famílias cujos contratos de crédito à habitação forem revistos em Janeiro, notarão um alívio na prestação mensal a pagar ao banco já em Fevereiro.

Vamos a exemplos: para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 0,7%, indexado à Euribor a três meses, a prestação mensal a pagar ao banco deverá cair 8 euros. Se o indexante for a taxa a seis meses, a descida será ligeiramente menos acentuada: 5 euros.

Tendo em conta a possibilidade de novas descidas no preço do dinheiro em 2012, as Euribor deverão acompanhar a tendência e as prestações também. Analistas à parte, os futuros da Euribor a três meses mostram que os mercados antecipam essa descida.

De acordo com 53 economistas consultados pela agência Bloomberg, 47 acreditam a principal taxa de juro do BCE - a taxa aplicada às principais operações de refinanciamento - fica na mesma, com os restantes seis economistas a apontarem para uma queda de 25 pontos base, para os 0,75%. O euro está cauteloso à espera da decisão soberana.

Um dia depois da agência de rating Fitch se juntar ao coro de instituições e personalidades do lado dos que defendem uma maior intervenção do BCE na resolução da crise, nomeadamente através do aumento da compra de dívida soberana no mercado secundário, o conselho de governadores volta a reunir-se na sede do Banco Central Europeu em Frankfurt.

O BCE cortou por duas vezes a taxa de juro directora em 25 pontos base, por cada corte, no final do ano passado.

Os cortes foram realizados já com Mario Draghi à frente dos destinos da instituição e reverteram as decisões tomadas por Jean-Claude Trichet no final do seu mandato de voltar a aumentar as taxas depois de muitos meses no mínimo histórico de 1%.