Belmiro: portugueses estão asfixiados com impostos - TVI

Belmiro: portugueses estão asfixiados com impostos

Empresário tece duras críticas ao Orçamento e diz que argumentos que servem de base ao aumento da carga fiscal são «calaceiros»

O empresário Belmiro de Azevedo afirmou esta terça-feira que «os portugueses estão asfixiados por impostos», considerando que «o esforço fiscal incide sempre sobre os mesmos desproporcionadamente», acusando o Estado de ser «calaceiro».

«O esforço fiscal incide sempre sobre os mesmos desproporcionadamente e, ainda por cima, na praça pública é dito ao contrário», afirmou o presidente não executivo da Sonae, considerando que «os novos aumentos de tributação é populismo gratuito».

Um dia depois do Governo ter entregue a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), Belmiro de Azevedo defendeu que «os portugueses estão asfixiados por impostos», considerando que «o argumento invocado pelo Governo de que é mais fácil e eficiente cobrar mais impostos é calaceiro».

«Se o país terminar este doloroso ajustamento orçamental com mais impostos do que à partida já existiam nada teremos ganho», declarou na intervenção nas II Jornadas da AEP/Serralves sobre a reindustrialização do país, no Porto.

O empresário realçou que «há uma pequena fatia de contribuintes que paga a esmagadora maioria dos tributos», acrescentando que «não seria fatal se o retorno desses aumentos permitissem relançar a competitividade, mas o conjunto de impostos deixa muito pouco para que cidadãos e empresas possam poupar e, portanto, investir».

«A economia precisava de ser aliviada de impostos antes da crise ter eclodido em 2008», disse, acrescentando que «a tributação exagerada é sempre um factor de perda de competitividade».

O empresário realçou que os contribuintes estão a pagar «um Estado obeso e ineficiente», defendendo que «Portugal tem que criar uma via rápida para passar pelos atuais 50% do PIB consumidos pelo sector público para menos de 40% para reequilibrar as contas».

Temos de voltar ao Triplo A

O empresário considera que Portugal ainda está longe da Grécia, mas avisa que às taxas atuais não tem nenhuma hipótese de pagar a dívida.



«Neste momento, estamos longe da Grécia, mas às taxas atuais não temos nenhuma hipótese de pagar a dívida», afirmou. Para Belmiro de Azevedo, «a [notação da] dívida soberana deve ter como ambição os três A» [AAA], a nota máxima, que Portugal já teve mas perdeu. «Destruiu esse valor importante, que vale 10 mil milhões de euros».



A República, declarou, «tem que ser governada de forma a garantir uma avaliação [pelas empresas de rating] de três A».



Segundo o líder da Sonae, «as taxas de juro atuais são exorbitantes e vão demorar muito tempo a cair», considerando que «só vão cair se houver algum tipo de acordo que permita, não digo perdão, mas um comportamento que dê tratamento de triple A».

Acrescentou que «as taxas de juro só cairão se houver disciplina orçamental», mas, alertou: «Está provado que a nossa disciplina orçamental é igual à da Madeira».
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