Bitcoin, a moeda virtual que ainda não inspira muita confiança - TVI

Bitcoin, a moeda virtual que ainda não inspira muita confiança

Bitcoin

Foi criada em 2009, não envolve intermediários nas transações e está a dar sinais de alguma instabilidade

É conhecida como o «ouro da Internet», mas ainda não inspira muita confiança. A bitcoin, uma moeda virtual que foi criada em 2009 está a dar sinais de alguma instabilidade que podem contrariar essa visão dourada.

«Vende-se uma BMW por 1,5 mil bitcoins» é um exemplo de anúncio publicado no Facebook que pode tornar-se cada vez mais comum. Mas há o risco de o projeto fracassar se aquilo que aconteceu nos últimos dias se tornar habitual.

O jornal «O Globo» dá conta de que a moeda virtual sobrevalorizou até aos 266 dólares (205 euros) no dia 11 de abril, mas no dia seguinte perdeu metade do valor, depois voltou a subir, numa montanha russa que está a deixar os mais entusiasmados com a ideia algo desconfiados.

O site japonês MtGox, que concentra 80% das operações em todo o mundo, ficou inacessível um dia depois da grande escalada e admitiu que se registou depois uma queda «mais forte do que o normal». No dia 18, esse cenário voltou a repetir-se. Falou-se em ataques para criar aquilo que se designa por panic sale, com o intuito de fazer derrapar os preços.

Parece que tem sido a crise no Chipre o maior motivo para esta euforia especulativa. Coloca-se agora a questão: será que a bitcoin poderá vir a ser mesmo uma alternativa ao dinheiro normal?

Amir Taaki, um britânico envolvido no projeto, quer fazer dela uma efetiva forma de pagamento e faz notar que a integração da bitcoin na economia real já começou ter lugar em diversas partes da Europa, mas admite que a instabilidade causa receios.

O que é, afinal, a bitcoin?

Trata-se de uma moeda virtual com base no sistema P2P. «P2P significa que não existe uma autoridade centralizada a controlar a moeda ou as transacções. Todas estas tarefas são geridas pela rede», lê-se no site http://bitcoin-portugal.com/. Ou seja, a transferência é feita pela Internet diretamente entre os interessados sem bancos ou similares pelo meio.

Basicamente, as transferências de dinheiro são feitas de modo instantâneo, anónimo e sem qualquer custo para qualquer parte do mundo. Tudo através da Internet.

Cada utilizador possui um porta-moedas eletrónico. Tem uma chave pública que permite bitcoins; outra privada, secreta, para efetuar pagamentos.

Como é que os utilizadores podem confiar neste sistema? Graças aos algoritmos matemáticos às técnicas de encriptação utilizadas.

No entanto, podem ser um fruto proibido, mas apetecido, para os ladrões virtuais, os chamados hackers. É que, como não funcionam com contas bancárias, as moedas bitcoin são guardadas no computador dos utilizadores.

Depois, outro ponto fraco prende-se com os sistemas de compra e venda, que ainda são vulneráveis.
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