Casas novas: construção em mínimos e pode cair mais 80% - TVI

Casas novas: construção em mínimos e pode cair mais 80%

População está cada vez mais envelhecida e procura por habitações recém-construídas acompanha tendência [Actualizada às 17 horas]

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A construção está a atravessar dias amargos. Os licenciamentos de casas novas caíram 13% desde o início do ano e estão agora ao nível mais baixo de sempre. E o pior é que não se esperam melhorias. Os especialistas prevêem que, com o envelhecimento da população, a procura por habitações novas caia a pique.

De acordo com um estudo realizado pelo Banco Internacional de Pagamentos (BIP), o envelhecimento da população pode provocar uma quebra de 80% na procura de casas em Portugal nos próximos 40 anos.

O mesmo estudo revela ainda que Portugal é o país europeu onde a compra de casas mas será afectada pelo número cada vez maior de idosos. Atrás de nós seguem a Espanha, Grécia e Alemanha.

2010 pode vir a ser o pior ano de sempre para o sector

Os empresários do sector acreditam que as coisas não vão melhorar tão cedo e dizem mesmo que este pode ser o pior ano para a construção desde que há registos.

Em comunicado, a AECOPS afirma que, a manter-se esta quebra, «no final do ano o número de fogos novos licenciados não ultrapassará os 23.500, representando, de longe, o mínimo desta série anual iniciada pelo INE em 1994 e mesmo o valor mais baixo de que a AECOPS tem registo desde 1970».

Só nos primeiros sete meses do ano os licenciamentos caíram 13% face ao homólogo, ou seja, são menos 1.627 fogos, revelam dados da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas (AECOPS).

Corte de investimento público agrava situação

Mas não é só na habitação que as coisas andam mal. A AECOPS revela que o corte do investimento público também está a fazer das suas e, de Janeiro a Julho, o número de concursos públicos abertos e adjudicados caiu de forma significativa. O valor das adjudicações de concursos públicos recuou 67% até ao final de Junho.

O Algarve e o Alentejo são as regiões mais penalizadas. Só na região algarvia a construção de casas novas caiu mais de 40% e é aqui também que o desemprego no sector mais está a aumentar, muito acima da média nacional.

Desemprego dispara, sobretudo a Sul

O aumento do número de desempregados do sector da construção «continua a assumir maior expressão na zona do Algarve, apresentando um crescimento de 48% em finais de Junho», face a uma subida de 22% em termos nacionais.

O número de desempregados da construção aumentou 15,2% no Alentejo, 15,4% em Lisboa e 12,9% no Centro, em termos homólogos, segundo os dados da AECOPS.

Em termos nacionais, refere a associação, «a evolução do sector continua a não apresentar sinais animadores, com quebras acentuadas nos indicadores geralmente utilizados para aferir do desempenho dos diversos segmentos de actividade», como o número de fogos licenciados ou o valor das adjudicações de concursos públicos.
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