Papa e Benfica fazem Governo agravar impostos «de fininho» - TVI

Papa e Benfica fazem Governo agravar impostos «de fininho»

Paulo Portas (Manuel de Almeida/Lusa)

Acusação é do líder do CDS-PP. Paulo Portas diz ainda que executivo tem política «esgotada» e está «desorientado»

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O Governo está a preparar-se para, «de fininho», proceder a um agravamento fiscal. O cenário de aumento de impostos e corte de salários é classificado desta forma pelo líder do CDS-PP. Paulo Portas garante que, a ir avante, esta medida «prejudica o crescimento da economia» e acentua «o retrato de um Governo completamente desorientado».

Paulo Portas argumentou que «o Governo vezes sem conta disse que não aumentava impostos e agora, entre os festejos do Benfica e a visita do Papa, de fininho faz um anúncio de aumento de impostos», disse, em conferência de imprensa, segundo a agência Lusa.

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O líder do CDS-PP não tem dúvidas de que o executivo «terá de apresentar um Orçamento rectificativo». Mas reiterou que o eventual agravamento dos impostos «prejudica o crescimento da economia, a criação de emprego e a classe média».

A verificar-se, será «negativo para uma economia que já cresce muito pouco ou quase nada». O efeito, diz Paulo Portas é «recessivo», sobretudo para a classe média, «que já tinha sido o alvo do Governo com corte nas despesas de saúde e educação».

As declarações surgem a propósito da possibilidade de aumentar os impostos, reconhecida pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, esta segunda-feira, em Bruxelas. O intuito é acelerar a redução do défice orçamental nos próximos anos e fazer com que Portugal ganhe a confiança dos mercados financeiros.

Paulo Portas considera que o executivo tem uma política «esgotada». E exemplificou dizendo que «há 15 dias o IVA não ia aumentar, agora já pode aumentar. Há 15 dias o IRS não ia ter uma retenção mais alta, agora se calhar já vai ter. Há uma semana as grandes obras públicas eram o motor de todo o crescimento económico».

Certo é que, frisou, «metade já ficaram pelo caminho», ou seja, «nada do que o Governo diz dura neste momento mais do que umas semanas e aquilo que estão a fazer já está muito longe daquilo em que acreditavam».

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O líder do CDS-PP resumiu a actuação do Governo dizendo que «aquilo com se compromete é exactamente aquilo que não faz e aquilo que promete não fazer é exactamente aquilo que vai fazer».

E concluiu: «É um paradoxo que um Governo no sábado assine um TGV que ninguém sabe quem vai apanhar ao Poceirão e no domingo anuncie um aumento de impostos que é direitinho contra a classe média portuguesa».

Paulo Portas afastou, no entanto, a possibilidade de apresentação por parte do CDS-PP de uma moção de censura ao Governo.
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