Promoções: não se deixe enganar pelos «pseudo-descontos» - TVI

Promoções: não se deixe enganar pelos «pseudo-descontos»

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Artigos podem ser encontrados fora dos prazos das campanhas, por vezes a preços até mais baixos

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Aproveitar as promoções das lojas, que anunciam descontos nos produtos por um período de tempo limitado nem sempre é um bom negócio. Muitas vezes, acaba por pagar o mesmo ou até mais do que poderia desembolsar sem as alegadas «promoções».

O aviso é da Deco, que analisou as campanhas das lojas e concluiu que, na maioria das vezes, uma semana após a promoção, a grande maioria dos produtos continuava à venda, muitas vezes a preços iguais ou até mais baixos.

«Uma semana após as campanhas, quando voltámos às lojas, 90% dos produtos controlados ainda eram vendidos e, em

80% dos casos, estavam mesmo expostos para o consumidor escolher. Mais: 43% dos equipamentos mantinham o preço anunciado no folheto e 12% estavam até mais baratos», explica.

Ora, «se a maioria dos produtos continua disponível fora da campanha e a um preço, senão inferior, pelo menos, igual, podemos concluir que estas ações comerciais, muitas vezes, não são mais do que estratégias desenhadas apenas para atrair o consumidor. Convencido de estar a fazer um bom negócio, pode acabar por levar para casa, por impulso, produtos de que nem sequer precisa», conclui a Deco, acrescentando que, «convencidos das vantagens, acabamos, muitas vezes, atraídos como ímanes em direção às lojas».

«Descobrimos que os preços se mantiveram válidos ao longo das campanhas, mas que, consoante o momento, 4 a 6% destes produtos nunca estiveram disponíveis. Após a campanha, alargámos a análise a 2.494 produtos e concluímos que 2.203 ainda estavam a ser vendidos. E, em 55% dos casos, os preços continuaram iguais ou até desceram, o que nos leva a concluir que, muitas vezes, não há um ganho real para o consumidor», pode ler-se no artigo da Proteste de abril.

Para a Deco, «comparar preços antes de comprar é o truque mais acertado para poupar. Caso se justifique, utilize, por exemplo, a ferramenta Comparar e Poupar, disponível no nosso portal (www.deco.proteste.pt), aconselha.

Pare, pense e só depois decida

Em algumas lojas, se tiver cartão de cliente, pode usufruir de descontos diretos em produtos do folheto. Noutros casos, acumula pontos ou dinheiro no cartão, a descontar numa compra futura. Pondere todos estes fatores e analise se o negócio compensa. Avance em caso afirmativo.

Prefira material que possa analisar na loja. Mas, se pretender um aparelho que não esteja exposto ao público, pergunte ao funcionário se existe em armazém ou é possível encomendá-lo.

Na eventualidade de comprar por encomenda e o produto não corresponder ao anunciado no folheto, exija que a loja aceite a devolução e o eventual reembolso.

Falhas nas lojas

A associação de defesa do consumidor analisou 41 campanhas de 10 cadeias diferentes de lojas de eletrodomésticos, equipamento eletrónico e material informático entre 21 de outubro e 30 de novembro de 2011, controlando os preços e a disponibilidade de 852 produtos escolhidos a partir dos folhetos, como computadores, impressoras, televisores, máquinas de lavar, câmaras fotográficas, impressoras, telemóveis e frigoríficos.

Da análise da Deco, «as falhas prenderam-se sobretudo com a ausência de produtos anunciados. Pura e simplesmente, cerca de 9% não puderam ser comprados, nem sequer por encomenda, em, pelo menos, uma das 3 vezes em que visitámos os estabelecimentos».

Outro inconveniente decorre de os produtos disponíveis nem sempre estarem expostos para o público apreciar. «O consumidor deve poder analisar o que pretende antes de comprar», defende a associação.

Algumas lojas apresentaram uma apreciação mais negativa, com mais de um quinto dos produtos indisponíveis para compra e com pelo menos 20% dos aparelhos a não estarem expostos.
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