São precisos mais 5,5 mil milhões até ao fim do ano

Se Portugal quiser cumprir a meta de défice orçamental prometida a Bruxelas para o final deste ano, que é de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB), vai necessitar de 5,5 mil milhões de euros.

A estimativa é do PSD e foi revelada pelo vice-presidente do partido, Diogo Leite Campos, em entrevista ao jornal «i».

De acordo com o social-democrata, até agora, «o executivo está com 3,5% de descarrilamento, o equivalente, mais ou menos, a 5,5 mil milhões de euros».

Um dinheiro que pode obter-se «de várias maneiras. Uma delas é ir cobrar as dívidas fiscais que estão paradas. Há 14 mil milhões parados nos tribunais de primeira instância. Se o governo perder 60% desses casos, como acontece sempre, 40% representam 5,5 mil milhões. Não digo que se cobrem num mês, mas até ao fim do ano muita coisa se pode cobrar», refere.

«Há mais ou menos 2,5 mil milhões de benefícios fiscais neste país por ano. Não vamos tirá-los todos, mas se tirarmos 50%, os que não servem para nada... Estamos a falar de benefícios a pessoas jurídicas, não de famílias. As famílias até têm poucos. Estou a falar de fundações que só levam a cabo funções no intuito de satisfazer as pessoas que as fundaram, de empresas que recebem benefícios nem sei para quê... Depois há centenas de institutos públicos, administração periférica do Estado, que estão a gastar bem mais do que devem», diz ao mesmo jornal.

Sobre a possível ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as medidas que este imporá, o vice-presidente dos sociais-democratas acredita que baterão certo com os propósitos do PSD: contenção na despesa e programas de crescimento económico.

Na mesma entrevista, o social-democrata promete que o PSD não aumentará impostos e pretende baixá-los daqui a quatro anos. Para além disso, não despedirá funcionários públicos e ainda ajudará os portugueses a pagar as casas ao banco.