O primeiro-ministro José Sócrates não garante que a Taxa Social Única (TSU) vá baixar, apesar de esta ser uma medida que consta do memorando assinado com a troika que está a negociar a ajuda externa a Portugal. «Eu não tenho isso claro», afirmou, durante uma conferência organizada pelo «Diário Económico», que contou com a presença de gestores e empresários.
José Sócrates considera que «para baixar a TSU é preciso aumentar os impostos» e rejeita que um corte do lado da despesa possa compensar esta perda de receita. «Para 2012 já temos uma grande exigência do corte da despesa e em 2011 já aumentamos os impostos. Baixar a TSU significa que temos que compensar com mais impostos», garantiu.
Já o líder do PSD, Passos Coelho, tem outra opinião e adianta mesmo que «gostaria» de cortar 4 pontos já em 2012.
«Eu tenho as maiores dúvidas de que isso [baixar a TSU] se possa fazer com a ambição e profundidade com que alguns partidos o referem», afirmou, referindo-se ao programa eleitoral do PSD, que prevê a redução da Taxa Social Única em 4 pontos percentuais durante a próxima legislatura.
Questionado sobre se é possível que a medida não avance, tendo em conta que está inscrita no memorando assinado com a troika, Sócrates afirma que «o que há é um compromisso para estudar e, se for possível, fazê-lo». «Nenhum político, neste momento, desdenharia baixar a TSU, o que está em causa é se conseguimos fazê-lo», assegurou.
O primeiro-ministro frisou mesmo que «o acordo que assinámos com a troika não esgota a agenda política». «O Governo sempre disse que a descida da TSU teria de ser compensada pela margem Orçamento do Estado, porque não se pode agora abrir um rombo no orçamento da Segurança Social. Para isso é preciso margem orçamental».
Sócrates: «Baixar a TSU só aumentando impostos»
- Sara Marques
- 19 mai 2011, 11:10
Primeiro-ministro diz que não é possível cortar do lado da receita o suficiente para compensar
Continue a ler esta notícia