Todos os dias 750 fogem sem pagar depois de abastecer - TVI

Todos os dias 750 fogem sem pagar depois de abastecer

Associação do setor diz que situação afeta 30% dos postos de abastecimento. Prejuízo mensal chega aos 225 mil euros

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Todos os dias no país 750 pessoas fogem das bombas de gasolina sem pagar o combustível com que abasteceram as suas viaturas, revela a Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (ANAREC).

Esta situação, diz a associação, afetará, a cada dia que passa, cerca de 30% dos postos de abastecimento existentes em Portugal, causando um prejuízo mensal da ordem dos «225 mil euros».

O número de abastecimentos sem o respetivo pagamento por parte dos clientes está a «aumentar significativamente» e, segundo a associação, 2010 foi o ano em que começou a verificar-se uma gradual subida do número de casos.

A ANAREC justifica a situação «com a crise e não com o aumento do preço dos combustíveis», mas sublinha que não existem, no entanto, dados concretos sobre o número de fugas, pelo que a estimativa é feita com base nos «relatos que chegam dos revendedores associados».

«Nem as forças de segurança nem as petrolíferas dispõem de dados exatos», nota a associação citada pela Lusa, referindo que muitas vezes os revendedores não fazem queixa às autoridades, nomeadamente quando estão em causa valores até dez euros.

Com valores baixos «não vale a pena apresentar queixa às autoridades, devido ao tempo que se perde em tribunais e deslocações, podendo tudo ficar mais caro do que o valor do combustível furtado».

à utilização de matrículas falsas ou a ocultação das matrículas nos veículos são expedientes habitualmente utilizados pelos clientes que optam pela fuga.

A ANAREC revela ter pedido já uma reunião ao ministro da Administração Interna para que seja analisado o problema.

Os dados sobre a situação não estão sistematizados de uma forma quantitativa, diz a BP, escusando-se a revelar quais as zonas onde se verifica um maior número de casos, por «motivos de segurança».

Também a Galp Energia não adianta números sobre fugas de clientes, mas admite o aumento das ocorrências, o que levou a empresa a «reforçar os meios de prevenção e de vigilância, bem como os mecanismos de recuperação de dívidas».

A Galp refere que é feita a identificação do proprietário do veículo através da matrícula e este é contactado. Quando a pessoa não paga, é reportado o caso às autoridades.

A CEPSA também não revela números concretos, justificando que muitos dos concessionários e revendedores não comunicam as fugas às companhias.

«Desde 2007, as fugas têm vindo a aumentar em número, valor e sofisticação, atingindo agora todas as zonas do país», informa a companhia, admitindo que, a partir de 2010, em «algumas estações de serviço, as fugas aumentaram exponencialmente».

A maior parte dos casos de fugas depois do abastecimento ocorrem na grande Lisboa (55%), seguindo-se as autoestradas (25%), o resto do país (15%) e o grande Porto (5%).
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