PT manda trabalhadores para casa para contornar ACT - TVI

PT manda trabalhadores para casa para contornar ACT

  • VC
  • 11 out 2017, 08:12
Protesto dos trabalhadores da PT/Meo junto ao Conselho de Ministros

Empresa encontrou uma forma de tentar contornar os problemas legais levantados pelas inspeções da Autoridade para as Condições no Trabalho. ACT instaurou 124 autos de notícia no verão à empresa precisamente por questões laborais

A PT comunicou a cerca de duas centenas de trabalhadores sem funções que não são obrigados a comparecer no local de trabalho. A proposta é válida por 3 meses, a partir da próxima segunda-feira, 16 de outubro, e até 15 de janeiro, sendo que é renovável.

A informação começou a chegar aos trabalhadores no início do mês e configura uma dispensa de assiduidade "a título excecional", segundo o despacho assinado pela diretora de recursos humanos da PT/Altice, Ana Rita Lopes, e que vem citado na edição de hoje do jornal Público. Só que essa dispensa pode cessar a qualquer momento por iniciativa da empresa.

Funcionários e sindicatos admitem terem sido apanhados de surpresa por esta medida da administração. Encaram-na como uma forma de a empresa contornar os problemas legais levantados pelas inspeções da Autoridade para as Condições no Trabalho.

Os sindicatos falam mesmo num "presente envenenado". Por um lado a dispensa alivia a pressão psicológica dos trabalhadores, que continuavam a ter um horário rigoroso para respeitar, mas sem funções atribuídas; por outro, torna-os mais vulneráveis a propostas de rescisão.

De notar que o afastamento dos trabalhadores do local de trabalho pode também configurar uma forma de assédio laboral.

No verão, a ACT instaurou 124 autos de notícia à PT por questões laborais, nomeadamente relativas aos trabalhadores que estão sem funções.

As coimas para estas infrações poderão oscilar entre 1,5 milhões e quase 5 milhões de euros.

A última segunda-feira ficou marcada por novo protesto dos trabalhadores da PT contra a gestão dos recursos humanos por parte da Altice.

Os funcionários da PT têm dito que Autoridade para as Condições do Trabalho também reconhece que há lacunas na lei e não pode fazer nada contra a transferência de funcionários, de forma compulsiva. Por isso, exige que o Governo atue.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos

EM DESTAQUE