A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, afirmou esta segunda-feira que “não há soluções milagrosas nem soluções muito rápidas” para reduzir a dívida pública, defendendo que é preciso disciplina orçamental e crescimento económico para resolver este problema.
Teodora Cardoso, que falava esta segunda-feira em Lisboa na apresentação do estudo “Que caminhos para a dívida pública portuguesa?”, da Plataforma para o Crescimento Sustentável, considerou que este relatório “é um trabalho muito sério” na medida em que “advoga que não há soluções milagrosas”, pelo que será sempre necessário “gerir muito cuidadosamente a economia e o orçamento”.
Não há soluções milagrosas nem soluções muito rápidas. Precisamos de facto de reduzir o rácio da dívida pública para se tornar sustentável, mas não podemos imaginar que podemos fazê-lo muito rapidamente. Temos de fazê-lo com persistência e segurança”, defendeu a economista.
A presidente do Conselho de Finanças Públicas disse que garantir esta redução sustentável da dívida pública tem de assentar em dois eixos: por um lado, numa “grande disciplina orçamental, conduzindo a um saldo primário positivo não exagerado na ordem dos 2 a 3% do PIB” e, por outro, assegurar que a economia cresce.
Não podemos pensar que saímos do Procedimento por Défice Excessivo [PDE] e o problema está resolvido. Não está. A dívida continua lá”, afirmou ainda Teodora Cardoso, considerando que é preciso “uma grande viragem” na estrutura da economia portuguesa para que o crescimento económico assente no aumento da produtividade.
A presidente do Conselho de Finanças Públicas disse ainda que, “sendo uma solução sobretudo de segurança e de perseverança a prazo, exige mudanças de natureza institucional à cabeça e um grande consenso político no sentido de as realizar”.