Grécia: UE pode exigir garantias para estender crédito - TVI

Grécia: UE pode exigir garantias para estender crédito

Grécia

Estados-membros afastam cenário de saída do euro mas país terá pedido um alargamento do prazo

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A União Europeia pode exigir garantias à Grécia em troca da extensão do prazo de pagamento do empréstimo concedido em 2010, de acordo com a agência de informação financeira Bloomberg.

O alargamento do prazo de pagamento do empréstimo de 110 mil milhões de euros concedido pela Comissão Europeia, Estados-membros e Fundo Monetário Internacional à Grécia, em 2010, pode vir a acontecer porque o país não parece ter condições para voltar aos mercados de financiamento já em 2012, como acordado no plano de Maio de 2010, o que poderia implicar uma reestruturação da sua dívida soberana.

No entanto, medidas deste tipo deverão levar à exigência de colaterais, sejam activos ou receitas resultantes da sua venda, dada a provável oposição de alguns Estados-membros, segundo disse à agência de informação financeira Bloomberg uma fonte dentro das negociações.

A exigência de garantias já tinha sido pedida pelo ministro das Finanças da Finlândia, Jyrki Katainen, como contrapartida pelo empréstimo à Irlanda, no valor de 85 mil milhões de euros, em Novembro de 2010.

Prazo grego já foi alargado uma vez

Este ano já foi concedido à Grécia um adiamento do prazo para pagar os 110 mil milhões, de 2015 para 2021 mas com juros mais altos.

Uma reunião extraordinária entre alguns ministros das Finanças da zona euro realizou-se na sexta-feira no Luxemburgo, com o jornal alemão «Der Spiegel» a noticiar que o encontro se deveu a ameaças da Grécia de que poderia abandonar a Zona Euro.

O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, considerou a ideia «estúpida», mas admitiu que o país pode precisar «de um novo programa de ajustamento», o que deve implicar novas medidas de austeridade.

Além de nova extensão no prazo de pagamento do empréstimo de emergência, novas medidas para ajudar a Grécia poderão passar ainda pelo aumento da ajuda financeira ou pela compra de dívida grega pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira.

Juros da dívida em máximos

As taxas de juro da dívida soberana grega têm estado a bater máximos no mercado secundário desde que, em meados de Abril, líderes alemães não descartaram uma eventual reestruturação da dívida grega.

A Grécia tem 330 mil milhões de euros em dívida pública emitidos, segundo o banco suíço UBS, que estima que 22% estejam nas mãos de gregos e cipriotas. Já o Banco Central Europeu deverá ter 19% e a União Europeia e o FMI terão em conjunto 11%.

Cerca de 22 mil milhões de euros em obrigações têm de ser pagos aos credores este ano, enquanto 33 mil milhões têm de ser devolvidos em 2012.

Também hoje, o «Wall Street Journal» noticia que a Grécia terá pedido aos parceiros da Zona Euro um alargamento das metas de redução do défice, que o défice grego atingiu os 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, um recorde para a zona euro. Em 2010, caiu para 10,5% e este ano o Governo socialista grego estipulou a meta de 7,4% de modo a atingir os 3% em 2014. A dívida do país deverá atingir o pico de 159% do PIB em 2012.
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