O primeiro deputado a intervir no debate desta manhã no Parlamento, sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2017, do social-democrata Duarte Pacheco que passou logo ao ataque.
"Os portugueses que se cuidem", disse Duarte Pacheco, sobre o arrecadar de impostos por parte do Governo socialista.
"Até Setembro, a receita fiscal cresceu 0,9%. O Governo diz que até Dezembro, passa de 0,9% para 3,9%", afirmou o deputado do PSD, que lembrou que aparecem 200 milhões de euros em impostos "não explicados para que os números batam certo".
É por isso que Duarte Pacheco volta a frisar o que os seus colegas de bancada parlamentar já tinham referido na passada semana, mesmo sem mapa, que tem "dúvidas" se a proposta seja "realista".
há uma falta de transparência nas previsões orçamentais que se baseiam numa única palavra: fé. Acreditem em nós", diz o deputado lembrando as diferenças entre o que está previsto ser executado na Saúde, Educação e até no ministério do Planeamento e Infraestruturas, com uma "redução" do investimento.
O ministro das Finanças, responde e passa de imediato ao contra-ataque dizendo que o PSD "não percebeu" a tal "suborçamentação" que os sociais-democratas dizem estar a acontecer no Orçamento da Educação.
E vai mais longe Centeno: "não há aumento de impostos", afirma virando-se para o défice "eu percebo que duas décimas, num Governo que quer ser cumpridor, pode dar alguma vertigem. Duas décimas num contexto em que a economia mundial tem vindo a fazer rever todas as previsões de todos os países, parece-nos que é uma capacidade de ajustamento face à evolução da economia bastante significativa. Tomo nota que o perturba a revisão de duas décimas, aconselho que vá ver as muitas décimas e pontos percentuais dos últimos anos".
Também na resposta, o deputado do PS, João Galamba diz que o PSD está "à mora" e que mesmo com mapas/ e tabelas, ao invés de discutirem o Orçamento preferem voltar ao tema dos impostos, porque, segundo Galamba não têm mais nada para dizer.
Por sua vez, o CDP-PP optou por centrar a sua intervenção, pela voz do deputado João Almeida, nos temas dos impostos e da Educação.
Já mais para o final da manhã, Duarte Pacheco voltou à carga para perguntar se o ministro das Finanças recebeu a indicação, formal, do Banco de Portugal do valor do dividendo que o banco, liderado por Carlos Costa, vai pagar em 2017. O social-democrata quer saber se Centeno reconhece que mais de um terço da redução do défice em 2017 não resulta de nenhuma medida repetida, mas de receita extra que resulta do dividendo do Banco de Portugal.