Barroso: «Sair do euro seria uma tragédia» - TVI

Barroso: «Sair do euro seria uma tragédia»

Para o presidente da Comissão Europeia,«Portugal deve cumprir o programa [da troika] sem cenários catastrofistas»

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«Sair do euro seria uma tragédia para Portugal» e, por isso, o presidente da Comissão Europeia prefere «não alimentar esse tipo de cenário».

Contrariamente ao que têm defendido vários economistas, como João Ferreira do Amaral, para Durão Barroso, sair da moeda única não seria solução para os problemas do nosso país: «Sair do euro seria muito mau para Portugal. Quereria dizer que todo o produto português seria destruído, por exemplo».

«Sair do euro é um cenário que não se deve contemplar», disse o responsável, em entrevista à RTP, onde afastou também a hipótese da União Europeia deixar cair um Estado-membro.

«Não penso que seja útil alimentar esse tipo de cenário. Aquilo que acredito é que vamos trabalhar no sentido de resolver os problemas», disse Durão Barroso.

Já sobre Portugal, o «homem-forte» da Comissão Europeia, foi claro: «Portugal deve cumprir o programa [da troika] sem cenários catastrofistas».

Isto porque, «se não fosse a União Europeia, Portugal não conseguiria pagar aos seus funcionários. É graças à União Europeia que Portugal tem dinheiro para financiar o Estado».

«Portugal não deve desmoralizar-se com o rating»

Por isso, Portugal deve empenhar-se em «corrigir o défice o mais depressa possível e acreditar que o governo vai aplicar programa com a troika», aproveitando «uma maioria tão expressiva na Assembleia da República para o programa. É um trunfo que Portugal deve usar para ganhar confiança dos mercados», considera Barroso.

O ex-primeiro-ministro avisou que os «próximos dois anos vão ser de crescimento negativo», mas entende que o país não deve procurar «desculpas», nem deve se «desmoralizar com as quedas no rating».

«Nós portugueses somos melhores em condições excepcionais do que em situações normais. Acredito que é nestes momentos que Portugal pode mostrar a sua capacidade. Agora é, de facto, o momento para Portugal implementar as reformas estruturais necessárias para poder crescer. Sem reformas estruturais, não há crescimento», sublinhou o responsável europeu.

Quanto aos resultados dos testes de stress aos bancos, que serão conhecidos na próxima sexta-feira, Durão Barroso referiu que é «importante que os Estados tenham garantias necessárias no caso de ser encontrado alguma situação difícil».

Já sobre o seu futuro após o fim do mandato à frente da Comissão, Durão Barroso apenas disse: «Sou português, por isso vou voltar para Portugal», não querendo antever se exercerá algum cargo político.

O presidente da Comissão Europeia deixou, na mesma entrevista, um recado a Merkel: «Alemanha devia ser mais solidária com os países vulneráveis».

A entrevista não acabou sem antes Durão Barroso ter criticado a nacionalização do BPN, classificando-a como um «erro completo».
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