Restaurantes, cafés e hotéis: insolvência pode ser a palavra de ordem e não reabertura - TVI

Restaurantes, cafés e hotéis: insolvência pode ser a palavra de ordem e não reabertura

Reabertura do comércio e da restauração no Porto

É seguro. Os clientes podem voltar, mas esse não é o grande problema do setor. Empresários querem menos IVA, rendas mais baixas e a extensão do lay-off até final do ano, sob pena dos mais frágeis fecharem

Desconfinar é a palavra de ordem, mas quando o tema são os restaurantes, cafés, hostels, alojamentos locais e hotéis é preciso mais, diz é Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp). Muitos podem não conseguir reabrir hoje, na segunda fase do desconfinamento, e terem mesmo de fechar as portas.

No dia em que a Associação sugeriu ao Governo 11 medidas para ajudar o setor, a secretária-geral, Ana Jacinto, esteve no Instagram da TVI24, em direto, para esclarecer e ajudar os empresários e os funcionários deste motor económico.

É seguro. Os clientes podem voltar, mas esse não é o grande problema do setor.

“Não pode haver falta de confiança”, disse, acrescentando que “os espaços de alojamento e restauração sempre foram os mais seguros que se podem frequentar, porque, desde sempre, tivemos de cumprir regras muito apertadas de segurança alimentar, saúde e higiene.”

Claro que a Covid-19 aumenta o desafio e muito,  mas para a secretária-geral, em muitos casos é só intensificar regras que já constavam dos manuais de conduta e eram exigências próprias do sector.

Infelizmente o temas vai muito além da reabertura e da segurança para profissionais e potenciais clientes. Para muitos a sobrevivência não é óbvia, após dois meses de encerramento e sem perspetivas animadoras.

"Quando se trabalhar  a 50%, com receitas, se calhar, inferiores a 50% e ter custos a 100%, não são precisas muitas contas para percebermos que não é viável", afirma.

Entre as medidas que seguiram hoje para São Bento, volta a estar o repto "de uma injeção concreta de dinheiro na tesouraria das empresas." E explica: "se trabalhamos a 50%, não precisamos dos trabalhadores todos - reduzimos horários ou colocamos alguns em casa -, mas eles continuam a ser nossos colaboradores e nós responsáveis pelos vencimentos." A medida mais importante é, assim, na perspetiva de Ana Jacinto, aquela que evite dispensar pessoas. "Não é o que queremos e isso tem um custo para o Estado. Se o lay-off termina em junho, ou se estende ou se encontra uma medida similar."

No Programa Adaptar, de apoios aos mais pequenos no que toca a equipamentos como o gel, desinfetantes e todo o equipamento necessário à reabertura, o responsável da Ahresp aplaude o Governo, mas continua a ser preciso mais porque há rendas que, mesmo com a moratória terão de ser pagas e, sobretudo, porque as linhas de crédito não chegaram a todos e nem sempre os juros cobrados pela banca são os prometidos, garantiu na Instagram da TVI24.

"Os estabelecimentos vão ter custos a 100%, agravados no término destas moratórias e fracionamentos."

"Estiveram fechados. Com faturação zero, durante dois meses, e os apoios foram um regime lay-off e depois mandaram-nos para a banca. E aí sabemos o que se passou com micro, pequenas e médias empresas. É angustiante: spreads maiores, garantias que não estavam previstas e prazos de resposta enormes."

Os alertas já tinham sido deixados, na primeira conversa com o Governo, mas não é demais lembrar, até porque o problema está longe de chegar ao fim e pode culminar no encerramento para muitos destes estabelecimentos. deixa Ana Jacinto, subentendido.

MEDIDAS PROPOSTAS:

1 – Lay-off  2.0

2 – Taxa IVA Reduzida - 6% para todos os serviços de alimentação e bebidas

3 – Isenção TSU 

4 – Redução de Rendas 

5 - Fundo Perdido para Micro e Pequenas Empresas 

6 – Linhas de Apoio à Economia Covid-19 

7 – Fundo de Investimento Imobiliário

8 – Fundos Comunitários 

 9 – Moratórias 

10 –Isenção e Redução da Fiscalidade Medida

11 – Redução Custos Energéticos

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A responsável diz ainda que a Ahresp tem feito o que está ao alcance para ajudar a esclarecer os empresários, como o Guia das Boas Práticas, validado pela Direção-Geral de Saúde. É lá que podem encontrar, por exemplo, o esclarecimento de questões como: posso ou não ter buffet?

“Não é recomendável [disse a DGS]. O que significa que em determinadas circunstâncias – resguardo dos alimentos,  cliente não toque em nada, servido por um colaborador - pode existir buffet.”

"Ajudámos a perceber as orientações da DGS", acrescenta, assegurando também que fizeram um conjunto de perguntas e respostas frequentes, a que vão juntar vídeos. A somar aos dísticos informativos e ao dístico emitido, com o logotipo do Turismo de Portugal e da Direção-Geral das Actividades, Económicas que garante que o estabelecimento cumpre todas as orientações da DGS e da Ahresp.

 

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