Se não renegociou o pagamento das propinas ou pediu apoio ainda vai a tempo - TVI

Se não renegociou o pagamento das propinas ou pediu apoio ainda vai a tempo

Universidade - aula (arquivo)

Estudantes universitários pedem voltar a algumas aulas presenciais em junho

Os estudantes universitários também viram o seu dia-a-dia de aulas e convívio na faculdade confinado a casa. Para quem tem menos recursos ou está deslocado, a situação é mais complexa. A Economia 24 esteve em direto no Instagram da TVI24, com a presidente da Federação Académica de Lisboa, Sofia Escária, para perceber que tipo de apoios têm os alunos do ensino superior em tempo de Covid-19 e o que os espera nos próximos meses.

1 – Vai ser possível, ou não, aulas presenciais?

Um despacho do Governo, da semana passada, pretendeu suspender a obrigação do ensino à distância nos casos em que não é possível implementar as aulas desse modo.

Assim, apenas o que não é possível implementar no ensino à distância, por exemplo, nos casos clínicos, de cirurgia, é que está recomendado para aulas presenciais, se não recomenda-se às instituições as aulas à distância.

2 - Quando acontecerão essas aulas?

Não acontecerão antes de junho. O mês de maio será de adaptação para perceber como será mantido o ensino à distância.

3 – Os estudantes internacionais ou os portugueses deslocados como vão fazer?

Os estudantes que regressaram às terras de origem não podem ser prejudicados e terem encargos por voltarem às aulas.

4 - Como será operacionalizado o processo para que isso não aconteça?

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e o Conselho de Coordenadores dos Politécnicos estão a testar em conjunto várias plataformas para serem implementadas. Por exemplo: a Zoom, a Fenix ou a Moodle são ferramentas que estão a ser testadas para perceberem se são viável e de que forma.

Um dos problemas levantados, no caso dos exames, tem a ver com as preocupações de plágio ou uso de material externo não apropriado e, nestes casos, também estão a ser testados mecanismo/ programas online para detetarem se as respostas foram, ou não, copiadas.

O objetivo é que as plataformas seja, mais ou menos, homogéneas em todo o país, sem prejuízo de cada curso ou cadeiras com mais especifidades.

5 - É presidente da Federação Académica de Lisboa, mas pode dizer-nos qual a expetativa para as instituições noutras cidades?

Cada instituição, ou área metropolitana, tem a sua realidade, mas estamos em contatos com os nossos colegas. Até porque as universidade e politécnicos estão a trabalhar em conjunto e as diretrizes são idênticas, embora adaptadas à realidade da zona, até por causa da pandemia.

6 – Se o aluno estava em Eramus e pagou propinas como faz agora?

Se esteve a fazer Eramus, depende de cada unidade orgânica. Na maioria, ou se pagam lá fora ou cá e vice-versa. As instituições, de um modo geral, facilitaram o regresso a quem o quis fazer, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A articulação com os gabinetes de Mobilidade ou Relações Internacionais permitiu que estes alunos não perdessem a bolsa.

A bolsa não serve para cobrir todas as despesas, mas há instituições que se ofereceram para as reforçar e até pagarem outros encargos. Mas têm de ser vistos caso a caso.  

Os estudantes tinham era que dar a indicação, de que estavam com problemas, para se ver caso a caso.

7 – Se a opção do Eramus foi regressar podem recandidatar-se?

Surgiu essa situação com uma aluna. Optou por voltar e foi-lhe devolvido o dinheiro da bolsa e deram-lhe a possibilidade de ser recandidatar.

É preciso ter em conta que muitos universidades lá fora não implementaram o sistema de aulas à distância, mas poderão também ter a possibilidade de serem integrados cá, havendo um ajustamento das aulas que frequentava em vão frequentar.

8 - Para quem voltar a ter aulas presenciais quando retomarão?

Pensa-se que em junho ou julho, mas em regime intensivo, por exemplo, um dia interior. Não será em horário normal. E respeitando todas as regras da Direção Geral de Saúde para tentar controlar ao máximo o surto.

9 – Quem tem teses para entregar e estágios em conclusão vai ter de pagar mais?

Não terá de pagar mais. No caso dos estágios muitos estão a ser convertidos em trabalho e relatório final. Os estágios que não podem ser convertidos em trabalho final, pensa-se que serão compensados no Verão ou durante o próximo semestre.

O prazo da entrega das teses foi adiado porque, em alguns casos, há a necessidade de recorrer a laboratórios e bibliotecas que não tão acessíveis. Os deste semestre foram adiados para meio de outubro, mas quem tem, por exemplo, de entregar em outubro ainda não tem informação.

10 – Como vai ser avaliado quem voltou para casa?

Os testes online terão sempre de existir para quem não está na cidade em que frequenta a faculdade. Mas, outra das hipóteses que está a ser equacionada, quando necessário, é fazerem-se de forma presencial na instituição de ensino superior na área em que o aluno reside. 

11 - E quem não tem internet e computador?

Antes do tema da avaliação já havia estudantes que não têm computador ou internet em casa. E mesmo uma rede fraca. As instituições, pelo menos em Lisboa, fizeram um levamento de todos estes casos e emprestaram, sob compromisso de honra, material a estes alunos.

Onde não foi possível fazer isso, abriram-se salas de informática, estipulando horários, para que os alunos conseguissem trabalhar.

12 – Houve algum apoio especial para os alunos universitários no âmbito Covid-19?

Não. Mas desde 2017 que, por exemplo, as propinas podem ser pagas em sete prestações. Agora os prazos de pagamento foram suspensos, na maioria dos casos em Lisboa, por exemplo. As prestações de abril e maio podem ser pagas em junho e julho ou julho e agosto.

Além do adiamento os planos de regularização estão mais flexíveis e são obrigatórios. Devem contar os serviços da instituição e, qualquer que seja o caso, dizerem que não conseguem pagar e estabelecerem um plano faseado.

Podem adiar o pagamento - se não forem suspensas- , dando essa indicação aos serviços, e não podem ser alvo de multas, taxas ou juros.

14 – Os prazos para pedir bolsas mantêm-se?

Sim. Até 31 de maio. Vão receber o equivalente aos meses que faltam. E não serão cobradas propinas, mesmo que tenham aulas/ estágios no verão.

Há instituições de têm fundos e apoios de emergência extras.

Os estudantes com mais necessidade também podem recorrer. Por exemplo, os oriundos dos PALOP’s.

Os brasileiros não podem candidatar-se a estas bolsas, mas podem ter um complemento de alojamento e podem, e devem, falar com os serviços de ação social para perceberem se a instituição tem ativos os fundos de emergência social. Porque quem não os têm em, alguns casos, estão a ser criados.

15 - Nas universidades privadas também se pode adiar o pagamento das propinas?

Os alunos, no caso da Universidade Católica, por exemplo, estão a pedir a redução de propinas porque são mais elevadas e contemplam serviços que não estão a ser prestados.

Os fundos já não são os mesmos, mas a Direção Geral do Ensino Superior recomenda que se informem porque há fundações, seguradoras e bancos que estão a atribuir bolsas e apoios para outro tipo de situações e, em alguns casos, até cedem equipamentos informáticos. 

Mas na Católica estão a existir planos de regularização e até estão a proceder à devolução de pagamentos parques de estacionamento ou mensalidades de que já não vão usufruir. 

16 - Que está a pagar alojamento o que pode fazer?

Quem está nas residências tem as mensalidades suspensas e pode regressar a qualquer momento. Quem está no privado pode recorrer ao complemento de alojamento. Quem é bolseiro continua a receber um apoio às rendas. Por exemplo, os estudantes internacionais que estão com dificuldades podem pedir o complemento de alojamento para pagarem as rendas, falando com os serviços de ação social.

17 - Há apoio psicológico para os estudantes confinados?

Sim. Há gabinetes de apoios nas instituições. Por isso, sempre que precisem recorram. E também falando com qualquer associação de estudantes. Estamos sempre disponíveis.

18 - Quando recomeça o que está mesmo parado?

Ainda não se sabe. O ano letivo para o primeiro ano começa mais tarde, só em outubro. Mas para os restantes ainda não se sabe.

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