Venda de casas já está a subir a dois dígitos. Preços aumentam, mas menos - TVI

Venda de casas já está a subir a dois dígitos. Preços aumentam, mas menos

Habitação

Mesmo assim, maio ainda tem uma quebra de 41% face aos níveis de atividade registados antes da pandemia Covid-19

No primeiro mês de desconfinamento, maio, a venda de casas em Portugal aumentou 23% face ao mês anterior, diz a revista Confidencial Imobiliário.

"Tal reanimação fez com que o mês de maio reduza para 41% o declive face aos níveis de atividade registados no pré-Covid (janeiro), numa clara recuperação face à queda de 53% que se observou em abril", analisa a publicação da especialidade.

Os dados refletem os primeiros resultados do Índice de Volume de Vendas de Habitação, uma nova métrica lançada pela Confidencial Imobiliário para acompanhar o comportamento das vendas de habitação em Portugal (Continental). Baseando-se numa série iniciada em setembro de 2019, o novo Índice é apurado com base nas transações residenciais reportadas pelos mediadores imobiliários ao SIR-Sistema de Informação Residencial.
 
“O lançamento deste novo índice não podia ser mais oportuno, pois os seus primeiros resultados permitem já perceber o impacto da pandemia na dinâmica de transações e, quase em tempo real, acompanhar também os efeitos do desconfinamento”, comenta Ricardo Guimarães, diretor geral da Confidencial Imobiliário.
 
Abril foi o mês com "maior perda de atividade face a janeiro", considerado o mês de referência pré-Covid, embora seja notória uma redução na dinâmica de vendas desde fevereiro.

Nesse mês, as transações recuaram 6% face a janeiro, descida que se agravou para 17% em março, o primeiro período a integrar medidas de confinamento. Também em termos mensais, a maior retração verificou-se em abril (-43%), num forte agravamento face à variação mensal de -12% registada em março, mas agora invertida pela subida de 23% verificada em maio.
 
“No início do ano, o mercado exibia uma dinâmica de vendas estável que, sem surpresas, a pandemia veio inverter. A quebra na atividade sentiu-se logo em março, mas abril foi o mês mais gravoso, como seria expetável, com uma queda de 53%. Ainda assim, isso significa que, em pleno confinamento, o mercado conseguiu manter um nível de atividade de cerca de metade do pré-Covid, o que não deixa de ser assinalável. É um sinal da sua resiliência, agora confirmada pelos resultados de maio, um mês que, com apenas alguns dias de desconfinamento, já apresenta recuperação mensal das vendas e reduz o declive face ao patamar pré-Covid”, diz ainda o responsável, numa nota enviada às redações.
 
Preços sobem 0,9% em maio
 
Também o comportamento dos preços corrobora a resiliência do mercado. Em linha com os resultados de março e abril, o Índice de Preços Residenciais exibiu uma variação mensal de 0,9% em maio, mantendo o registo de estabilidade desde início da pandemia. 

“O mercado exibe uma clara redução de atividade, mas isso não se reflete numa descida nos preços. Sendo esta a variável que faz a síntese de todas as pressões, tal sugere que o mercado está a resistir à estratégia de redução de preço em reação à quebra nas vendas, pois existe uma forte convicção de que os níveis de preços praticados no mercado têm uma forte probabilidade de virem a ser observados novamente após o fim da crise pandémicaconclui Ricardo Guimarães. 

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